Realizou-se no passado sábado a 3ª edição do Fafe Rally
Sprint, prova que trouxe mais uma vez as máquinas do WRC até ao famoso troço de
Fafe/Lameirinha, neste evento que serve também para abrir o “apetite” para o
rally de Portugal que se realiza já
nesta semana, mas no sul do pais, entre o algarve e o baixo Alentejo.
Mais uma vez foram milhares e milhares de apaixonados por
rally deslocaram-se para sentir bem de perto às emoções, e
recordar outros tempos, quando o rally de Portugal por ali andava e fazia as
delícias de todos os que se assistiam às suas especiais, em verdadeiras
romarias, que juntava milhares de pessoas, fazendo deste espaço um autêntico
estádio natural.
Nós também marcamos presença, pelo 3º ano consecutivo, e mais uma vez a sensação foi única. Ficamos novamente na zona do Confurco, este ano na sua fase descendente, com vista privilegiada sobre todos
os pontos míticos dessa zona, entrada no asfalto e gancho de reentrada de novo
na zona de terra, bem na nossa frente. Que bela paisagem tínhamos.
O ambiente é sem duvida indescritível. Só mesmo vivendo dá
para perceber a imensidão desta paixão por ralis que nós portugueses temos e o
quanto somos pequenos no mais belo palco natural de rally do mundo, simplesmente a rebentar pelas costuras.
Este ano a “visita” a este evento foi diferente, pois por
motivos profissionais, não nos foi permitido seguir viagem logo na sexta ao
final da tarde, como no ano passado. Fizemo-lo bem cedo, pelas 6h da manhã arrancamos rumo ao nosso destino... Fafe.
Uma hora de viagem depois, já nos encontrávamos bem perto
do que nos esperava, uma bela caminhada de 8km a pé até ao confurco, pois o
trânsito estava já cortado naquela direcção. Sem hesitar, carro estacionado e siga
caminho, cerca de 50 minutos.
Felizmente conseguimos um bom lugar bem junto das emoções, e
longe do perigo, ficamos pregados junto à rede na última curva da descida da
Lameirinha, com toda a visibilidade para todo o espectáculo que seguiria. E que
espectáculo. Eram 9 da manha quando olhei em volta, com olhos de ver, e
assustei-me, milhares já preenchiam toda a encosta dos dois lados, tapando o
verde da natureza, dando espaço a moldura humana aficionada por esta modalidade, e
desculpem-me os meus colegas do blog, a mais bela vertente motorizada do mundo
– Rally.
Pouco depois lá iam passando os pilotos com os carros de
reconhecimentos, tirando as notas para o que viria da parte da tarde, rally
puro e duro, como ele deve ser, porque nem a “feijões” esta malta gosta de
perder. O ponto alto desta secção foi mesmo quando Ogier saiu do seu carro de
reconhecimentos, e parou o veiculo em frente a encosta do Confurco,
colocando-se em cima do mesmo acenado a toda aquela imensidão de gente, que àquela hora, e a 4h do inicio da prova, já enchia por completo todo aquele
espaço. O francês da Volkswagen estava eufórico, saltava enquanto tirava fotos
e o publico rejubilava. Foi sem duvida uma bela maneira de começar o
espectáculo. O francês gosta de nós, gosta desta gente, gosta dos fãs
portugueses. Eu acho que aprendi a gostar deste tipo. Se gostas do rally em
Fafe, então eu também gosto de ti.
No final da manhã, o mítico e carismático presidente do
automóvel clube de Portugal, este ano mais calmo e menos falador. Leu um
gigante cartaz que pedia o rally de Portugal de novo norte, tirou umas fotos
para aparecer nos jornais sorridente, e lá foi a sua vida. Pelo meio ouviu um
bom coro de assobios, porque este povo não esquece todas as promessas feitas
por Carlos Barbosa, que o rally de Portugal viria já em 2014 para o norte e
centro de Portugal. Não veio, falando-se mais tarde que seria em 2015 e afinal também não deve vir. É o que dá falar depois do almoço. O recado ainda assim
foi dado.
O tempo ia passando, entre conversa para aqui e para ali, lá
nos íamos ajeitando da melhor maneira para aquele belo lugar não nos
fugisse, ao lado de uns simpáticos espanhóis ( que mais uma vez
inundaram Fafe), lá nos posicionamos. Tudo a postos, ia começar o espectáculo.
Numa prova em que o resultado final era para segundo plano,
todos os pilotos deram o máximo, mas estavam sem dúvida mais preocupados em
divertirem-se, e divertirem o publico. Foi de facto um espectáculo memorável,
carregado de momentos de pura condução, espectáculo, adrenalina. Ogier, venceu
no final, para não se desabituar. Mas quem ganhou de facto fomos nós todos ali
presentes. Fafe é de facto o auge do rally, é essência. Está o Brasil para o futebol como o Fafe para o rally. Aquele asfalto, aquele estádio natural
que nos enche a alma cada vez que por ali paramos.
O resto? Ficam as memórias, os vídeos, as fotos e já ficam
as saudades. A incerteza quanto ao futuro do rally de Portugal continua a ser
uma realidade, ou não. 2015 no norte ou no sul?
Fafe ontem, hoje e para sempre!!!
Fotos:
retiradas da página Doidos por Rally:
https://www.facebook.com/doidosporrally?fref=ts
Carlos Mota
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