CNV – Circuito do Algarve. Campeonatos nacionais de velocidade de regresso, em fim-de-semana animado no Algarve.

Foto: Pedro Lima/ Zoom Motorsport

Regressou este fim-de-semana ao Circuito Internacional do Algarve, o Campeonato Nacional de Velocidade com várias categorias a animar o traçado do AIA durante três dias, que serviu de aperitivo para a prova rainha da jornada o “Blancpain Endurance”.

A nível nacional tivemos o CNV, o Trofeu Abarth 500, Legends Cup, Trofeu FEUP, o CNC e Super7 By Kia a animaram e deram um belo colorido ao belíssimo traçado algarvio, com boas lutas, e algumas novidades tanto a nível de carros, como a nível desportivo, com indecisões quanto a títulos a ficarem guardadas para a última prova da temporada no Estoril.

Circuito de Vila Real -2014. Nacional de Clássicos (CNC e Troféu Abarth)

O regresso de Vila Real ao Nacional de Velocidade, trouxe de novo ao asfalto citadino de Trás-os-Montes, a sempre espectacular prova do Campeonato Nacional de Clássicos, sem dúvida uma das mais aguardadas provas de todo o fim de semana, não só pela lista de inscritos, mas pela qualidade das máquinas apresentadas pelos pilotos.

António Nogueira como habitual alinhava no seu poderoso Ford Capri 3100 RS, era o principal candidato à vitória, por toda a experiência, e pelo facto que conduzir um carro que dispensa apresentações. Outra das novidades era o regresso de Joaquim Jorge ao activo, não podia faltar obviamente ao regresso de um dos seus circuitos favoritos, sempre muito apoiado pelo publico local.

Era também preciso contar com Luís Barros (Escort 1600RS) na luta pelos lugares cimeiros, numa pista bem conhecida do piloto, bem como Rui Costa e Rui alves ambos em Escort 1600RS e João Macedo Silva no seu poderoso Porsche 911 RSR, completava o lote de candidatos ás vitórias em Vila Real.

Mas como nas corridas nada é ciência exacta, ainda mais quando de citadinos se tratam, a primeira corrida trouxe logo abandonos importantes, pois nas primeiras curvas do circuito, tanto Joaquim Jorge como João M. Silva ficaram pelo caminho, com problemas mecânicos nos seus carros. Duas volta depois e quando seguia na segunda posição a pressionar o líder da prova António Nogueira, foi a vez de o azar bater à porta de Luís Barros, também com problemas no seu Escort 1600 RS. Com isto tudo era o piloto da Régua A. Nogueira que viria a vencer e sem grande dificuldade, pois Rui Costa e Rui Alves respectivamente 2º e 3º na geral, não dispunham de armas para acompanhar o Capri do líder da prova.

Na classe dos 1300 Gonçalo Gomes também não teve rivais á altura, vencendo de forma clara a sua categoria, deixando a quase um minto de distancia o segundo classificado, José Fafiães (Datsun1200). Pedro Gaspar completou o pódio com o seu lindíssimo Datsun B-110.

A segunda corrida colocava no fim da grelha os azarados da primeira prova, sendo assim J. Jorge, Luís Barros e J. M. Silva sairiam da última linha da grelha, adivinhando-se uma recuperação difícil até aos lugares cimeiros.

Mas decididamente este não era o fim-de-semana de Luís Barros e J. Silva pois de novo na primeira volta os dois pilotos tiveram de abandonar, e de novo com problemas nos seus carros. Quem fez um boa recuperação foi mesmo "JJ", com uma grande falange de apoiantes locais, ao cabo de duas voltas já se encontrava na 3ª posição. Depois uma entrada do "safety car" reagrupou toda a gente, e fez entusiasmar todo o publico que aguardava um duelo entre Nogueira e J. Jorge pela vitória final.

Mas nem A. Nogueira estava com vontade de ceder a sua liderança, nem Rui Costa de ceder o seu segundo lugar. Depois das bandeiras verdes, J. Jorge pressionou sempre muito Rui Costa, sem que este cedesse a sua posição, enquanto Nogueira se distanciava dos dois, vencendo e fazendo a dobradinha, numa prova especial para si, visto que o piloto é de origem transmontana, mais propriamente da cidade vizinha de Vila Real, o Peso da Régua.

Rui Costa voltou assim a ser segundo, num bom fim-de-semana para si. e J. Jorge teve de contentar-se com lugar mais baixo do pódio, depois de uma excelente recuperação.

Na classe dos 1300 vitória de novo para Gonçalo Gomes, com Victor ser segundo e José Fafiães a completar o pódio.

Foi assim uma das mais esperadas provas neste regresso ao circuito de Vila Real, que deixou muitas saudades a todos estes pilotos, que desde sempre se habituaram a correr aqui, ou em acompanhar as provas bem de perto nos tempos áureos do traçado transmontano.

Troféu Abarth.

Pelo segundo ano consecutivo em Portugal, este troféu monomarca faz parte do programa nacional de velocidade, e não faltou à chamada em Vila Real. Com ele vieram várias surpresas, com a presença de dois carismáticos pilotos locais. Manuel Pedro Fernandes, filho do emblemático piloto Manuel Fernandes, marcava presença neste troféu, e a novidade de última hora foi mesmo Rui Santos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real foi o convidado de surpresa, e que fez a delicia do publico. Claro que neste segundo caso o plano desportivo era o menos importante, o importante sim foi marcar de forma simbólica o regresso das corridas á capital transmontana, que muito deve ao autarca.

No que toca à competição, a luta adivinhava-se intensa pela vitória entre M.P. Fernandes, Nuno Cardoso,( atual campeão nacional), António Costa e José Pires. A verdade é que o piloto da casa pôs em prática todo o conhecimento sobre o traçado de Vila Real e venceu de forma clara esta primeira corrida, não dando a mínima hipótese ao resto da concorrência, tal o domínio evidenciado pelo piloto da casa. A luta prendeu-se depois pela segunda posição onde Nuno Cardoso levou a melhor sobre António Costa, completando assim desta maneira o pódio.

Infelizmente a grelha este fim-de-semana foi encurtada, pois vários pilotos tiveram acidentes nos treinos que danificaram em demasia as suas viaturas, que os impossibilitou de participar em ambas as corridas.

A segunda corrida trazia de novo um bom duelo. Dizemos duelo porque M. P. Fernandes ficou logo na primeira volta, após um travagem mais forte, vários pilotos envolveram-se em lutas bem acesas que ditou o abandono do piloto da casa logo na primeira volta. No retomar da corrida, era Nuno Cardoso que estava na frente, muito pressionado por Francisco Carvalho, que acabaria por ultrapassar o campeão em titulo, que foi remetido em ambas as corridas para a segunda posição da classificação. Francisco Carvalho venceu assim de forma convincente neste seu regresso a Vila Real, Nuno Cardoso foi de novo 2º e João Pires completou o pódio.

Pena mesmo foi os poucos carros que terminaram, apenas 8, num troféu muito bom de se acompanhar e que proporcionam belos momentos de condução, e lutas intensas típicas de troféus monomarcas. Esperemos que seja uma aposta com futuro, pois este tipo de provas faz muita falta ao automobilismo nacional.

Fotos:

Vitor Ledo

Carlos Mota

Nacional de Velocidade 2014- Braga.

O circuito Vasco Sameiro em Braga, acolheu a 1ª ronda do Campeonato Nacional de Velocidade, onde marcaram presença várias das categorias, que esta temporada farão parte do calendário nacional de circuitos e rampas. Foram seis as categorias que preencheram um fim-de-semana bem animado no circuito da cidade minhota. Campeonato Nacional de Velocidade, Campeonato Nacional de Clássicos, Classic Super Stock, Single Seater Series, Challenge Desafio Único e Troféu 500 Abarth eram o “cardápio” para o inicio da temporada da velocidade nacional.

Com uma razoável adesão por parte dos pilotos, a composição das grelhas de partida foram aceitáveis, tendo em conta o período menos bom que a economia nacional apresenta.

CNV:

A mais esperada de todas as provas era a competição rainha, o CNV, este ano com o atractivo de ter muitos e bons projectos montados, quase todos eles baseados em carros da categoria “protótipos”, que atraiu inclusive pilotos estrangeiros. E foi um piloto de “além fronteiras” que dominou esta primeira jornada da temporada, o Italiano Stefano de Val, que venceu as duas corridas de forma exemplar. Na primeira manga aproveitou da melhor maneira os problemas no Tatuus da dupla Salvador/Vieira, que tinham sido constantemente os mais rápidos nos treinos cronometrados, mas tiveram vários azares durante as duas provas de Domingo. Na primeira prova foi o acelerador que colou, originado a uma saída de pista do piloto de chaves.

 Também Cesar Campaniço e Francisco Abreu não tiveram a sorte do seu lado na primeira manga do dia, já que o piloto madeirense não evitou um pião, não conseguindo reiniciar de novo o seu Tatuus, ficando assim parado já perto do final da prova.

Sendo assim a vitória na primeira manga ficou entregue a De Val (Wolf), Miguel Barbosa/J. P. Fontes foram segundos, a mais de 1 minuto do vencedor e o segundo Wolf de Ricciardi/N. Santos a fechar o pódio. Destaque ainda apara o 5º lugar final da dupla Armando Parente/ Rafael Lobato e para a vitória de A. Nogueira (Porsche) na classe GT, na frente de Armando Dias também em Porsche, mas claramente sem andamento para os protótipos.

Na segunda prova foi De Val que voltou a levar a melhor sobre toda a concorrência, fazendo o pleno de vitórias nas duas corridas do fim-de-semana, mostrando muita consistência ao longo dos dois dias. Salvador que até iniciou bem esta manga, era líder quando o acelerador voltou a dar dores de cabeça ao piloto transmontano, vendo-se obrigado a uma entrada forçada nas boxes para solucionar o  problema, deixando o italiano do Wolf GB08 na frente, e com um ritmo impressionante, aumentando de forma gradual a sua vantagem para toda a concorrência. As duplas Campaniço/Abreu e Fonte/Barbosa entraram então numa acesa luta pelo 2º lugar, mas o desgaste dos pneumáticos não permitiu grandes exageros de parte a parte e as posições mantiveram-se, com Campaniço a manter-se na frente de Fontes até final da prova. A dupla Salvador/Vieria ainda recuperou até á 6ª posição deixando o jovem Rafael Lobato em 7º. Nogueira foi 8º na geral e voltou a vencer na classe GT.

Campeonato Nacional de Clássicos:

Nos clássicos, a correrem juntas as duas categorias (1300cc e cilindradas superiores), dando assim um maior colorido á pista. Na classe principal e a sair da Pole-position para a primeira prova, Rui Costa ao volante de um Escort RS1600 dominou por completo a prova, vencendo por 17´s sobre João Macedo e Silva (Porsche 911 RSR), e Rui Alves também em Escort RS 1600 completou o pódio. Um dos grandes destaques foi para António Nogueira que devido a problemas no seu Capri RS3100 teve de abandonar ainda no inicio da prova.

Na classe dos 1300cc, José Fafiães (Datsun 1200) foi o vencedor, deixando Pedro Gaspar (Datsun B-110) e José Mota Freitas (Austin Cooper S) no 2º e 3º lugar respectivamente. Victor Araújo (Datsun 1200) e Gonçalo Gomes (Ford Escort), que são crónicos candidatos ás vitorias nesta classe abandonaram logo no inicio da prova.

Na segunda manga, Rui Costa repetiu o feito da primeira corrida, vencendo na frente de João Macedo Silva, e António Nogueira fechou o pódio na 3ª posição, depois de resolvidos os problemas no seu Capri RS3100.

Nos 1300cc, Pedro Fafiães também repetiu a vitória da primeira corrida, Pedro Gaspar foi de novo 2º, e Fernando Soares ficou no mais baixo lugar do pódio.

Single Seaters:

O troféu Single Seaters teve também a sua estreia esta temporada, que marca o regresso dos monolugares ao panorama nacional de velocidade. Realizaram-se assim as duas primeiras corridas da temporada, com a 1º a ser vencida por Tiago Marques (Mygale SJ 01), numa bonita luta com Tiago Magalhães (Mygale SJ 03) pela vitória, com este a ter que se contentar com a 2ª posição. Em 3º ficou Gonçalo Inácio (Ray GR02).

Na segunda manga Tiago Magalhães, que havia sido 2º na primeira corrida, desta vez subiu ao lugar mais alto do pódio, sendo Gonçalo Inácio 2º e  Tiago Marques que vencera a 1º manga desta vez não foi alem do 3º posto.

Classic Super Stock:

Com uma boa lista de inscritos, iniciou-se mais uma prova deste fim de semana de velocidade, o campeonato Classic Super Stock, que teve como vencedor na primeira manga Manuel Oliveira ( Alfa Romeu 2000 GTV), na frente do BMW 2002 de Jorge Leite (a 3,1s) e do Volkswagen Golf GTi de Paulo Duarte (a 3,6s). Manuel Oliveira deu assim continuidade à rapidez que demonstrou nos treinos, traduzindo-se em vitória nesta primeira corrida.

Na segunda manga foi o Volkswagen de Paulo Duarte que levou a melhor sobre a concorrência, deixando o Alfa Romeo 2000 GTV de Francisco Calheiros e José Amaral e do BMW 2002 de Jorge Leite, atrás de si nos restantes lugares do pódio. Manuel Oliveira que venceu a primeira corrida, viu-se obrigado a abandonar por problemas no motor do seu Alfa Romeu.

Legends Cup:

Nesta competição, e sem surpresa Luís Barros venceu ambas as corridas, ao volante do espectacular Sierra RS500 Cosworth. Na primeira manga, o BMW M3 de Luís Sousa foi segundo e João Mendes (BMW M3) fechou o pódio. Na segunda corrida, o mesmo resultado, apenas com a novidade de  Rui Costa em Toyota Carina E ter roubado o 3º lugar do pódio a João Mendes.

Trofeu FEUP:

Este troféu este ano destinado ao Alfa Romeu 156 e aos Fiat Punto, correndo em simultâneo, com duas classificações distintas.

Nos Alfa Romeu na primeira manga, a vitória sorriu à dupla Vasco Barros e Manuel Barros distando 33 segundos de vantagem sobre o carro de Joaquim Soares/António Barros. Tiago e Hugo Mesquita fecharam o pódio.

Na segunda manga, Vasco Barros e Manuel Barros continuaram imbatíveis, venceram nos Alfa Romeu, deixando as duplas Luís e Raúl Delgado e David e Sérgio Saraiva que completaram o pódio, numa intensa luta até á linha de chegada.

Entre os Punto, e numa corrida sem muita história, David e Sérgio Saraiva venceram com larga margem sobre João Rebelo Martins/António Ferreira, que asseguraram o 2º lugar já na última volta, deixando a dupla Vasco Barros e Manuel Barros na 3ª posição.

Na 2ª manga dos Punto, desta vez com mais luta, David e Sérgio Saraiva tiveram mais trabalho, mas ainda assim venceram na frente de Vasco e Manuel Barros e Gonçalo Rodrigues/Bernardo Maia, segundos e terceiros respectivamente.

Troféu Abarth 500:

Neste trofeu monomarca, que vai a segunda edição a nível Nacional, houve muitas lutas, e bem quentes, que deixou até à última curva tudo em aberto quanto aos lugares do pódio. Na primeira manga foi Francisco Carvalho a  vencer de forma convincente, com mais de 17´s sobre o piloto finlandês Juuso-Matti Pajuranta. Mas as lutas foram mais atrás, pela 3ª posição, onde João Pires deu um toque em Nuno Cardoso, retirando ao campeão em título deste troféu o lugar mais baixo do pódio, remetendo este ao 4º lugar final.

Na segunda manga foi o jovem finlandês de 19 anos quem mais brilhou, depois de ter feito 2º na primeira prova, venceu a segunda de forma bem clara e convincente deixando toda a concorrência longe da luta pela vitória. Nuno Cardoso ficou em 2º a mais de 11´s do vencedor, José Barros Rodrigues fechou o pódio na frente da dupla Válter Sousa/Sebastião Reis enquanto Francisco carvalho que havia vencido a primeira corrida, desta vez a não ir além de um modesto 5º lugar.

Foi assim o primeiro fim-de-semana de velocidade nacional, no circuito Vasco Sameiro em Braga, com a segunda ronda a realizar-se bem perto deste local, com a mítica Rampa Internacional da Falperra, este ano também a integrar o calendário nacional de velocidade. Serão nos dias 10 e 11 de Maio, e nos estaremos cá para lhe dar todos os resultados das provas presentes.

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Até lá...  boas aceleradelas! 


Fontes:
autosport.pt

Fotos:
retiradas de google.pt 

Carlos Mota