O regresso de Vila Real ao Nacional de
Velocidade, trouxe de novo ao asfalto citadino de Trás-os-Montes, a sempre
espectacular prova do Campeonato Nacional de Clássicos, sem dúvida uma das mais
aguardadas provas de todo o fim de semana, não só pela lista de inscritos, mas pela qualidade das máquinas apresentadas pelos pilotos.
António Nogueira como habitual alinhava no seu poderoso Ford
Capri 3100 RS, era o principal candidato à vitória, por toda a experiência, e
pelo facto que conduzir um carro que dispensa apresentações. Outra das
novidades era o regresso de Joaquim Jorge ao activo, não podia faltar obviamente
ao regresso de um dos seus circuitos favoritos, sempre muito apoiado pelo
publico local.
Era também preciso contar com Luís Barros (Escort 1600RS) na
luta pelos lugares cimeiros, numa pista bem conhecida do piloto, bem como Rui
Costa e Rui alves ambos em Escort 1600RS e João Macedo Silva no seu poderoso
Porsche 911 RSR, completava o lote de candidatos ás vitórias em Vila Real.
Mas como nas corridas nada é ciência exacta, ainda mais
quando de citadinos se tratam, a primeira corrida trouxe logo abandonos
importantes, pois nas primeiras curvas do circuito, tanto Joaquim Jorge
como João M. Silva ficaram pelo caminho, com problemas mecânicos nos seus
carros. Duas volta depois e quando seguia na segunda posição a pressionar o
líder da prova António Nogueira, foi a vez de o azar bater à porta de Luís
Barros, também com problemas no seu Escort 1600 RS. Com isto tudo era
o piloto da Régua A. Nogueira que viria a vencer e sem grande dificuldade, pois
Rui Costa e Rui Alves respectivamente 2º e 3º na geral, não dispunham de armas
para acompanhar o Capri do líder da prova.
Na classe dos 1300 Gonçalo Gomes também não teve rivais á
altura, vencendo de forma clara a sua categoria, deixando a quase um minto de
distancia o segundo classificado, José Fafiães (Datsun1200). Pedro Gaspar
completou o pódio com o seu lindíssimo Datsun B-110.
A segunda corrida colocava no fim da grelha os azarados da
primeira prova, sendo assim J. Jorge, Luís Barros e J. M. Silva sairiam da última linha da grelha, adivinhando-se uma recuperação difícil até aos lugares
cimeiros.
Mas decididamente este não era o fim-de-semana de Luís
Barros e J. Silva pois de novo na primeira volta os dois pilotos tiveram de
abandonar, e de novo com problemas nos seus carros. Quem fez um boa
recuperação foi mesmo "JJ", com uma grande falange de apoiantes
locais, ao cabo de duas voltas já se encontrava na 3ª posição. Depois uma
entrada do "safety car" reagrupou toda a gente, e fez entusiasmar todo
o publico que aguardava um duelo entre Nogueira e J. Jorge pela vitória final.
Mas nem A. Nogueira estava com vontade de ceder a sua
liderança, nem Rui Costa de ceder o seu segundo lugar. Depois das bandeiras
verdes, J. Jorge pressionou sempre muito Rui Costa, sem que este cedesse a sua
posição, enquanto Nogueira se distanciava dos dois, vencendo e fazendo a
dobradinha, numa prova especial para si, visto que o piloto é de origem
transmontana, mais propriamente da cidade vizinha de Vila Real, o Peso da
Régua.
Rui Costa voltou assim a ser segundo, num bom fim-de-semana
para si. e J. Jorge teve de contentar-se com lugar mais baixo do pódio, depois
de uma excelente recuperação.
Na classe dos 1300 vitória de novo para Gonçalo Gomes, com
Victor ser segundo e José Fafiães a completar o pódio.
Foi assim uma das mais esperadas provas neste regresso ao
circuito de Vila Real, que deixou muitas saudades a todos estes pilotos, que
desde sempre se habituaram a correr aqui, ou em acompanhar as provas bem de
perto nos tempos áureos do traçado transmontano.
Troféu Abarth.
Pelo segundo ano consecutivo em Portugal, este troféu
monomarca faz parte do programa nacional de velocidade, e não faltou à chamada
em Vila Real. Com ele vieram várias surpresas, com a presença de dois
carismáticos pilotos locais. Manuel Pedro Fernandes, filho do emblemático
piloto Manuel Fernandes, marcava presença neste troféu, e a novidade de última
hora foi mesmo Rui Santos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real foi o
convidado de surpresa, e que fez a delicia do publico. Claro que neste segundo caso
o plano desportivo era o menos importante, o importante sim foi marcar de forma
simbólica o regresso das corridas á capital transmontana, que muito deve ao
autarca.
No que toca à competição, a luta adivinhava-se intensa pela
vitória entre M.P. Fernandes, Nuno Cardoso,( atual campeão nacional), António
Costa e José Pires. A verdade é que o piloto da casa pôs em prática todo o
conhecimento sobre o traçado de Vila Real e venceu de forma clara esta primeira
corrida, não dando a mínima hipótese ao resto da concorrência, tal o domínio
evidenciado pelo piloto da casa. A luta prendeu-se depois pela segunda posição
onde Nuno Cardoso levou a melhor sobre António Costa, completando assim desta
maneira o pódio.
Infelizmente a grelha este fim-de-semana foi encurtada, pois
vários pilotos tiveram acidentes nos treinos que danificaram em demasia as suas
viaturas, que os impossibilitou de participar em ambas as corridas.
A segunda corrida trazia de novo um bom duelo. Dizemos duelo porque M. P. Fernandes ficou logo na primeira volta,
após um travagem mais forte, vários pilotos envolveram-se em lutas bem acesas
que ditou o abandono do piloto da casa logo na primeira volta. No retomar da
corrida, era Nuno Cardoso que estava na frente, muito pressionado por Francisco
Carvalho, que acabaria por ultrapassar o campeão em titulo, que foi remetido em
ambas as corridas para a segunda posição da classificação. Francisco Carvalho
venceu assim de forma convincente neste seu regresso a Vila Real, Nuno Cardoso
foi de novo 2º e João Pires completou o pódio.
Pena mesmo foi os poucos carros que terminaram, apenas 8, num
troféu muito bom de se acompanhar e que proporcionam belos momentos de
condução, e lutas intensas típicas de troféus monomarcas. Esperemos que seja
uma aposta com futuro, pois este tipo de provas faz muita falta ao
automobilismo nacional.
Fotos:
Vitor Ledo
Carlos Mota
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