sexta-feira, 27 de junho de 2014

Circuito de Vila Real -2014. Nacional de Clássicos (CNC e Troféu Abarth)

O regresso de Vila Real ao Nacional de Velocidade, trouxe de novo ao asfalto citadino de Trás-os-Montes, a sempre espectacular prova do Campeonato Nacional de Clássicos, sem dúvida uma das mais aguardadas provas de todo o fim de semana, não só pela lista de inscritos, mas pela qualidade das máquinas apresentadas pelos pilotos.

António Nogueira como habitual alinhava no seu poderoso Ford Capri 3100 RS, era o principal candidato à vitória, por toda a experiência, e pelo facto que conduzir um carro que dispensa apresentações. Outra das novidades era o regresso de Joaquim Jorge ao activo, não podia faltar obviamente ao regresso de um dos seus circuitos favoritos, sempre muito apoiado pelo publico local.

Era também preciso contar com Luís Barros (Escort 1600RS) na luta pelos lugares cimeiros, numa pista bem conhecida do piloto, bem como Rui Costa e Rui alves ambos em Escort 1600RS e João Macedo Silva no seu poderoso Porsche 911 RSR, completava o lote de candidatos ás vitórias em Vila Real.

Mas como nas corridas nada é ciência exacta, ainda mais quando de citadinos se tratam, a primeira corrida trouxe logo abandonos importantes, pois nas primeiras curvas do circuito, tanto Joaquim Jorge como João M. Silva ficaram pelo caminho, com problemas mecânicos nos seus carros. Duas volta depois e quando seguia na segunda posição a pressionar o líder da prova António Nogueira, foi a vez de o azar bater à porta de Luís Barros, também com problemas no seu Escort 1600 RS. Com isto tudo era o piloto da Régua A. Nogueira que viria a vencer e sem grande dificuldade, pois Rui Costa e Rui Alves respectivamente 2º e 3º na geral, não dispunham de armas para acompanhar o Capri do líder da prova.

Na classe dos 1300 Gonçalo Gomes também não teve rivais á altura, vencendo de forma clara a sua categoria, deixando a quase um minto de distancia o segundo classificado, José Fafiães (Datsun1200). Pedro Gaspar completou o pódio com o seu lindíssimo Datsun B-110.


A segunda corrida colocava no fim da grelha os azarados da primeira prova, sendo assim J. Jorge, Luís Barros e J. M. Silva sairiam da última linha da grelha, adivinhando-se uma recuperação difícil até aos lugares cimeiros.

Mas decididamente este não era o fim-de-semana de Luís Barros e J. Silva pois de novo na primeira volta os dois pilotos tiveram de abandonar, e de novo com problemas nos seus carros. Quem fez um boa recuperação foi mesmo "JJ", com uma grande falange de apoiantes locais, ao cabo de duas voltas já se encontrava na 3ª posição. Depois uma entrada do "safety car" reagrupou toda a gente, e fez entusiasmar todo o publico que aguardava um duelo entre Nogueira e J. Jorge pela vitória final.

Mas nem A. Nogueira estava com vontade de ceder a sua liderança, nem Rui Costa de ceder o seu segundo lugar. Depois das bandeiras verdes, J. Jorge pressionou sempre muito Rui Costa, sem que este cedesse a sua posição, enquanto Nogueira se distanciava dos dois, vencendo e fazendo a dobradinha, numa prova especial para si, visto que o piloto é de origem transmontana, mais propriamente da cidade vizinha de Vila Real, o Peso da Régua.

Rui Costa voltou assim a ser segundo, num bom fim-de-semana para si. e J. Jorge teve de contentar-se com lugar mais baixo do pódio, depois de uma excelente recuperação.

Na classe dos 1300 vitória de novo para Gonçalo Gomes, com Victor ser segundo e José Fafiães a completar o pódio.


Foi assim uma das mais esperadas provas neste regresso ao circuito de Vila Real, que deixou muitas saudades a todos estes pilotos, que desde sempre se habituaram a correr aqui, ou em acompanhar as provas bem de perto nos tempos áureos do traçado transmontano.





Troféu Abarth.


Pelo segundo ano consecutivo em Portugal, este troféu monomarca faz parte do programa nacional de velocidade, e não faltou à chamada em Vila Real. Com ele vieram várias surpresas, com a presença de dois carismáticos pilotos locais. Manuel Pedro Fernandes, filho do emblemático piloto Manuel Fernandes, marcava presença neste troféu, e a novidade de última hora foi mesmo Rui Santos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real foi o convidado de surpresa, e que fez a delicia do publico. Claro que neste segundo caso o plano desportivo era o menos importante, o importante sim foi marcar de forma simbólica o regresso das corridas á capital transmontana, que muito deve ao autarca.

No que toca à competição, a luta adivinhava-se intensa pela vitória entre M.P. Fernandes, Nuno Cardoso,( atual campeão nacional), António Costa e José Pires. A verdade é que o piloto da casa pôs em prática todo o conhecimento sobre o traçado de Vila Real e venceu de forma clara esta primeira corrida, não dando a mínima hipótese ao resto da concorrência, tal o domínio evidenciado pelo piloto da casa. A luta prendeu-se depois pela segunda posição onde Nuno Cardoso levou a melhor sobre António Costa, completando assim desta maneira o pódio.

Infelizmente a grelha este fim-de-semana foi encurtada, pois vários pilotos tiveram acidentes nos treinos que danificaram em demasia as suas viaturas, que os impossibilitou de participar em ambas as corridas.

A segunda corrida trazia de novo um bom duelo. Dizemos duelo porque M. P. Fernandes ficou logo na primeira volta, após um travagem mais forte, vários pilotos envolveram-se em lutas bem acesas que ditou o abandono do piloto da casa logo na primeira volta. No retomar da corrida, era Nuno Cardoso que estava na frente, muito pressionado por Francisco Carvalho, que acabaria por ultrapassar o campeão em titulo, que foi remetido em ambas as corridas para a segunda posição da classificação. Francisco Carvalho venceu assim de forma convincente neste seu regresso a Vila Real, Nuno Cardoso foi de novo 2º e João Pires completou o pódio.


Pena mesmo foi os poucos carros que terminaram, apenas 8, num troféu muito bom de se acompanhar e que proporcionam belos momentos de condução, e lutas intensas típicas de troféus monomarcas. Esperemos que seja uma aposta com futuro, pois este tipo de provas faz muita falta ao automobilismo nacional.

Fotos:
Vitor Ledo


Carlos Mota

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