5º McLaren:
No ano passado tinham acabado em grande, e no Brasil, com
os novos pneus (embora a chuva não tenha permitido uma avaliação concreta)
venceram. Todos pensaram que 2013 só poderia ser melhor. Mas muito pelo
contrário, foi mau e muito mau. O MP4/27 de 2012 funcionava muito bem mas, como
se chegou a admitir, funcionava melhor do que se previa sem se saber bem porquê. Decidiram revolucionar o desenho do carro, não arriscando apostar num carro que, embora com boas performances, não entendiam na totalidade. Com um novo desenho, a esperança seria que pudessem entender melhor o monolugar e dar assim uma base mais estável. Mas o MP4/28 funcionou muito
mal e nunca evoluiu de forma claramente positiva. Há então um problema grave, no que
diz respeito ao entendimento dos carros. E como tal, a McLaren tem de rever de
forma profunda a sua área técnica. Não é admissível, numa equipa de topo e com
os recursos da McLaren, andar um ano a tentar encontrar soluções sem nunca as
encontrar. Foi das piores época da sua história, e logo este ano que celebravam
50 anos. Muita coisa tem de mudar em Woking. Na nossa opinião, Withmarsh não é o chefe de equipa ideal. Falta-lhe alguma
liderança. A saída de Ron Denis deixou um vazio, que ainda não foi preenchido.
Segundo os especialistas, há diversas áreas da aerodinâmica que necessitam uma
revisão profunda de conceitos (as asas dianteiras por exemplo). A nova parceria
com a Honda e o reforço com um elemento chave vindo da Red Bull, poderão
melhorar as coisas. Mas de 2014 não se espera grande coisa, pois, ainda com
motores Mercedes e com muita coisa a mudar com a entrada da Honda em 2015, será
certamente mais um ano de transição. Assim é mais fácil entender a entrada de
Magnussen. Um ano sem responsabilidades para o jovem que poderá ambientar-se
mais a vontade e preparar-se para 2015. Button é o garante de estabilidade e de
pontos. A sua experiência vale ouro e será mais uma vez o sacrificado para
manter a casa direita.
O F138 no inicio do ano parecia ser o melhor carro do grid.
O andamento da Ferrari era superior e pareciam estar lançadas as bases para uma
candidatura firme à vitória no campeonato. Mas nada disso se confirmou. O carro
evoluiu mal e de forma lenta. Alonso ressentiu-se disso, vendo que não teria hipóteses
(mais uma vez) de lutar com Vettel de igual para igual. Algo estava muito mal
na Ferrari. O problema do novo túnel de vento, que obrigou a equipa de Maranello
a usar o túnel de vento da Toyota, prejudicou a equipa. Mas foi claro que muitas
das inovações colocadas nos carros à sexta, eram descartadas logo depois. Havia défice
de qualidade na área da aerodinâmica e vendo esse problema, a Ferrari foi buscar o chefe da aerodinâmica à Lotus. O problema da Ferrari está a ser tratado aos
poucos com contratações dos melhores engenheiros das outras equipas. Mas a realidade é que mais uma vez perderam a oportunidade de vencer e
desta vez o carro tinha uma base que permitia sonhar alto. Não podem voltar a
falhar assim. Agora com Raikkonen e Alonso, a dupla de sonho para qualquer
equipa, com melhorias na área técnica e com a entrada em serviço do seu próprio túnel
de vento, as coisas podem e devem ficar melhores.
3º Lotus:
Poderia ter sido um ano brilhante para a Lotus. O carro
embora não tivesse as armas do Red Bull, tinha os seus próprios argumentos.
Obviamente que na primeira metade do ano, o grande argumento era Kimi, mas com a
assinatura do finlandês com a Ferrari e com a perda de motivação, foi Grosjean
que surgiu melhor que nunca, para brilhar e mostrar um andamento muito bom. O
que significa que o carro permitiu que ambos pilotos brilhassem. Nas
qualificações não era grande coisa mas em corrida, a forma como poupava pneus
permitia recuperações fantásticas. E mesmo com a mudança de pneus, a equipa
soube responder, melhorando as capacidades do carro em qualificação, uma vez que
já não se justificava a poupança dos pneus, permitindo melhores resultados as Sábado. A equipa tomou sempre as decisões
mais correctas ao nivel das alterações no carro. Tudo isto com as dificuldades financeiras que são conhecidas (o caso mais falado foi a falta de pagamento a Kimi), aliado a saída de um dos
chefes da aerodinâmica, algo que poderia ter enfraquecido a equipa. Mas a Lotus não perdeu o Norte. Continuaram a evoluir
o carro (prova está que a meio da época trataram de adicionar mais uns centímetros
de comprimento ao chassis, de forma a melhorar a aerodinâmica) e a equipa nunca
pareceu afectada com as saídas das chefias. Mostra que a base da Lotus é boa e
o organograma dentro das áreas técnica está bem feito. Boullier veio dizer isso
mesmo, que não são saídas de algumas pessoas que afectam a equipa, pois há muito mais gente por detrás da maquina. É certo que em algumas corridas foram tomadas decisões estratégicas pouco correctas mas a experiência também se ganha com erros.Para o ano, o
Line up é muito mais fraco. Grosjean assume-se como a estrela da equipa, mas esse estatuto
ainda não está confirmado, pois apenas mostrou regularidade na ultima metade do
ano, o que o torna neste momento num ponto de interrogação e Maldonado, até ver, traz apenas dinheiro. E é mesmo o dinheiro o grande
problema. Estará a Lotus preparada para manter os níveis que apresentou? Duvidamos, dadas as inúmeras dificuldades em arranjar investidores. Mas seria
uma pena ver está equipa que cresceu tão bem, ver o trabalho de 3 ano ser
deitado por terra. Queremos continuar com uma Lotus a lutar pelos lugares da
frente.
2º Mercedes:
Foi o grande passo em frente da equipa. Depois do regresso à
modalidade, com o Barão Vermelho, sua alteza Schumacher e Rosberg e com prestações
pouco conseguidas, a entrada de Toto Wolf aliada a várias adições de engenheiros, vindos de outras equipas, permitiram que o carro fosse completamente revisto e modicado para
melhor, para além de alterações na própria organização da equipa. As performances em qualificação eram muito boas mas em corrida o carro
não conseguia gerir os pneus. A falta de apoio aerodinâmico na traseira poderá
estar na origem desse facto. Aliás, os Mercedes sempre pareceram muito “soltos”
de traseira e isso prejudicou muito os pilotos que, em corrida, não conseguiram tirar
o melhor partido do carro. Certo é que conseguiram 3 vitórias. E 3 vitórias neste ano são algo de muito
bom. O W04 parece ser uma boa base de trabalho para o futuro, precisando de ganhar mais competitividade em corrida. Só agora a Mercedes parece dar os passos certos para tentar lutar pelo
titulo. As contratações de técnicos de outras equipas sucedem-se, a dupla de
pilotos é sólida e dá garantias. Para o ano, a Mercedes deverá apresentar-se muito
forte e a Red Bull terá que ter cuidado com os “Silver Arrows”. Além disso Toto Wolf, agora com plenos poderes na equipa, parece ser muito inteligente e sabe movimentar-se nos meandros da F1. A Mercedes está a trabalhar para ganhar cada vez mais peso na modalidade.
1º Red Bull:
Se ter Vettel em forma ajuda, ter um carro perfeito ajuda
ainda mais. O RB8 de 2012 já era excelente, faltando lhe velocidade de ponta e
alguma fiabilidade. Trataram disso de forma impecável. A fiabilidade foi 5 estrelas
para Vettel, que nunca se pôde queixar de um problema sério no carro
(estranhamente Webber não pode dizer o mesmo), e as alterações que a equipa
fazia no carro pareciam assentar perfeitamente às condições das pistas.
Souberam sempre afinar o carro de forma perfeita, para cada fim de semana. Todas
as decisões que tomaram resultaram em cheio. Todas as alterações e modificações no carro, tiveram efeitos positivos e foram mantidas. A equipa funcionou às mil
maravilhas. Lembrar por exemplo Spa em que Vettel no carro do ano passado nunca
passaria por Hamilton, como passou na primeira volta. Mas com as alterações
implementadas no carro, conseguiu isso e mostrou-o em outras corridas. O RB9
terá sido dos carros mais completos de há alguns anos a esta parte. Foi
simplesmente fantástico. Vettel nunca se cansou de agradecer o carro que tinha
em mãose tinha motivos para isso. Mas quem tem Newey arrisca-se a isto. É actualmente o génio da F1 e
isso vê-se pelo carro que construiu este ano. A Red Bull tem uma estrutura
muito bem montada, onde se nota que cada um sabe o que faz. Veremos como vão
encarar 2014. Os Bull´s enfrentam muitas saídas de engenheiros para outras equipas, o que colocará
à prova a organização da equipa, num ano onde as muitas mudanças nos
regulamentos, poderão ter um efeito negativo na equipa. Mas neste momento, a Red Bull é o mais próximo que existe da perfeição e são a equipa que todos querem vencer.
A nossa avaliação das equipas:
Red Bull
Mercedes
Lotus
Ferrari
McLaren
Sauber
Force India
Toro Rosso
Williams
Marussia
Caterham
Fica assim concluída a avaliação das equipas e o resumo de 2013. Faremos um post onde compilamos todos os links dos post´s feitos até agora sobre 2013.
Fontes:
Edição escrita do semanário Autosport. Análise técnica de Gary Anderson, antigo director técnico da Jordan, Stewart e Jaguar e agora comentador da BBC.
Fotos:
Retriradas do Google.
Fábio Mendes
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