A temporada do WRC terminou. Tempo de rever tudo o que foi
feito por pilotos e marcas. As desilusões, as surpresas, as confirmações, quem
poderá ficar sem “assento” na próxima temporada, as trocas e quem poderá
regressar ao grande mundo do WRC, onde só há espaço para os melhores. Tudo isso
a ser dito a partir de agora.
A Volkswagen e Ogier foram os grandes vencedores da
temporada, arrecadando todos os “louros”, fazendo a dobradinha com a conquista
do mundial de pilotos e construtores, neste que foi o ano de estreia da marca
alemã no campeonato do mundo de rally´s.
Ogier, que depois de perder espaço
dentro da Citroen, sempre em conflito com o outro francês, S. Loeb, abandonou a
marca francesa, encarando uma época “sabática” na Skoda, mas correndo pela
Volkswagen Motorsport, pois o Fabia S2000 mais não era do que um Polo R WRC
disfarçado. Sem poder pontuar na sua categoria, onde os limites de teste são
regra, Ogier, privou-se durante uma temporada de lutar com os melhores. Por
alguma razão o fez, pois sabia do potencial do Polo versão WRC, e mais do
que isso, da grande aposta da marca nos rally´s.
Deu-se bem. O francês apostou
sem dúvida no “cavalo” certo, só ninguém imaginava que seria uma certeza logo na
primeira temporada. Mas foi. Ogier foi campeão do mundo com um à-vontade tão grande
que fez lembrar um outro “Sebastien” de outros tempos.
Para além de Ogier, a
Volkswagen fez uma grande aposta também em J. M. Latvala, indo “roubar” o
menino da casa da M-Sport. O finlandês depois de tantos anos na Ford, onde foi
lançado por Malcolm Wilson, abandonou a marca Americana, encarando este novo projecto
como um grande desafio à sua versatilidade, pois este Polo era em tudo diferente
do que tinha conduzido até então. Com início tremido, em processo de
aprendizagem no Polo R WRC, Jari, lá deu os seus famosos “crashes”, mas ainda
foi a tempo de vencer uma prova esta temporada. Grécia apadrinhou a sua estreia
a vencer na sua nova “montada”.
E se J. M. Latvala não chegou a vice-campeão do mundial,
muito pode culpar a nova atracção deste campeonato. T. Neuville de seu nome. O
jovem belga, da Ford, foi a grande revelação da temporada. Ele que inicialmente
seria o 3º piloto da M- Sport, com estatuto de piloto da “equipa júnior”,
Neuville mostrou que poderá ser dos poucos pilotos actuais a poder bater no
“braço” S. Ogier, fazendo uma época de grande nível, faltando apenas a tão
desejada vitória num rally, que por um motivo ou outro, fugiram ao piloto belga.
Compensou com a sua regularidade, que lhe valeu o 2º lugar no final da
temporada.
Se dentro da M- Sport Neuville foi a surpresa, Novikov e Ostberg
foram desilusões. Ostentando estatuto de pilotos oficiais, tanto um como o
outro não fizeram valer todas as esperanças que neles tinham sido depositadas
pelo “boss” Malcolm Wilson. Época para esquecer, de dois pilotos que vinham de
equipas privadas, com grandes referências pelos resultados obtidos anteriormente,
inclusive uma vitória no Rally de Portugal de 2012 por parte de M. Ostberg.
Terá pesado a “camisola”?
Se na M- Sport os resultados ficaram aquém do esperado, na
Citroen não foi diferente. Com Loeb em apenas 4 provas esta temporada, ficaram
encarregues de lutar pelas vitórias, Sordo e Hirvonen. Mas a verdade é que os
dois, durante toda a temporada, apenas deram uma vitória à Citroen, e Loeb em 4
ralis venceu por duas vezes. Resultados modestos para uma equipa que há muitos
anos estava habituada a vencer. Mas sem “Seb” nas fileiras, as coisas ficam de
facto muito mais difíceis.
Salvou-se a vitória de Sordo na Alemanha, naquela
que marcou a sua primeira vitória numa prova do WRC. Com um 4º e um 5º lugar
final na geral por pilotos, Yves Matton terá muito para pensar relativamente à
próxima temporada, isto se quiser ter uma palavra a dizer na luta por vitórias
em provas, ou mesmo no mundial de pilotos e construtores. É que Loeb andará
pelo WTCC…
Fica assim feita a analise da época de WRC. A segunda parte fará uma análise aos pilotos que mais se destacaram pela positiva e pela negativa.
Carlos Mota
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