sexta-feira, 22 de novembro de 2013

WRC – Epílogo da época 2013. Parte2 - Análise dos pilotos

Feita a primeira análise de 2013, interessa falar individualmente dos pilotos que se destacaram este ano.

Ogier:
 Época de sonho do francês, no seu regresso ao mundial de WRC, pela mão da Volkswagen. Venceu e convenceu, dominando toda a temporada a seu belo prazer, perdendo apenas para Loeb dois rally´s, mas sem consequências na classificação do mundial, pois o seu compatriota não era do “seu campeonato”. Os que não ganhou apenas se deveu a erros seus, pois quando o francês não tem azares neste momento é imbatível. Será o início de uma nova dinastia? A verdade é que poucos o poderão bater.


Neuville: 
Sem dúvida das grandes revelações da temporada. Partindo para este seu primeiro ano na M- Sport, o jovem piloto belga era apontado como o 3º piloto da Ford, fazendo parte da equipa júnior da mesma. A verdade é que não tardou a demonstrar ser o melhor piloto da marca “oval”. Neuville, provou ainda ser dos poucos, se não o único a ter rapidez e qualidade para poder vencer num futuro próximo Sebastien Ogier. Detentor de uma condução espectacular, Neuville era conhecido pela sua rapidez em rally´s de asfalto, mas esta temporada mostrou grande versatilidade, e passou a ser competitivo em praticamente todos os tipos de pisos. O vice-campeonato valeu-lhe um contrato de 3 anos com a Hyundai, que na próxima temporada regressa ao WRC, com um projecto que promete ser ambicioso. Faltou apenas uma vitória para a temporada ser perfeita. Piloto com grande futuro.


Latvala: 
O piloto finlandês, conhecido pela condução espectacular que implementa em todas as provas, que algumas vezes já lhe deram alguns dissabores, foi igual a si próprio. Depois de vários anos na Ford, Jari, arriscou na ida para a Volkswagen, fazendo dupla com o Ogier. Com um início de época complicado, marcado pela clara falta de à-vontade ao volante do Polo R WRC, Latvala ao longo da temporada foi melhorando as suas prestações, culminado com uma vitória no Rally da Grécia. Numa época de clara ambientação à sua nova “montada”, o Finlandês consegue o 3º lugar no mundial, uma vitória, algumas boas exibições e inevitavelmente alguma chapa amolgada, pois a sua irregularidade não o deixou fazer melhor. Quem sabe na próxima temporada o grande adversário de Ogier “durma na porta ao lado”.


Hirvonen: 
Esta seria a época que Yves Matton, patrão da Citroen, tinha idealizado como a época em que M. Hirvonen seria campeão, sucedendo de forma logica a Loeb. Mas essa “lógica” não passou de mera ilusão. O piloto finlandês, que muitas vezes se bateu de igual para igual com Loeb, inclusive perdeu um campeonato por apenas um ponto, teve uma época para esquecer. Ou para recordar e não mais repetir. Sem confiança, sem ritmo, sem mínimo de competitividade, o piloto da Citroen foi “banal” sendo facilmente batido por toda a concorrência, e não teve uma pior classificação final no mundial, por falta de regularidade dos pilotos de meio da tabela. Valeu que Mikko Hirvonen bateu tanto como o que andou…pouco. Terá sido o adeus á Citroen? Malcolm Wilson já pisca o olho a Mikko…


Sordo: 
Estranha época de D. Sordo, que foi do inferno ao céu e vice-versa várias vezes esta temporada. É certo e sabido que o piloto espanhol é um verdadeiro especialista no asfalto, isso valeu-lhe a sua primeira vitória da sua carreira no WRC. Mas quando se entra em outros “terrenos”, Sordo é pouco mais que razoável. Um piloto vencedor tem de ser completo. As marcas não podem viver só dos rally´s de asfalto ou de rally´s em gravilha. Muito competitivo em asfalto, mas muito modesto em gravilha. Valeu a vitória na Alemanha, numa época que provou não ter andamento para voos mais altos.


Ostberg: 
Das grandes desilusões da temporada. Um piloto que já o vimos fazer coisas incríveis, passou completamente ao lado de toda a temporada. Nem no Rally da Suécia, onde teria mais facilidade, por razões óbvias, o norueguês conseguiu “dar um ar da sua graça”. Sem andamento para os homens mais rápidos, fez uma época modesta, sempre a meio da tabela. Terá pesado o facto de competir numa equipa oficial, com responsabilidades, ao qual Ostberg não soube responder. Terá dado um tiro no pé?


Novikov: 
Mais um piloto da Ford que teve uma temporada muito difícil. O piloto Russo que sempre havia corrido como privado, encarava esta temporada como a da sua confirmação enquanto piloto rápido e competitivo como sempre o tinha mostrado, muitas vezes exageradamente, pois raramente mantinha o carro na estrada até final do rally. Esta temporada viu-se um Novikov diferente, mais calmo, e mais racional. Mas a verdade é que as coisas não lhe saíram bem. Continuou a bater, também com alguns azares a estragaram-lhe uma temporada que poderia ter sido de confirmação, mas que assim passou a ser uma época de desilusão. A sua juventude dar-lhe-á mais oportunidades de mostrar o seu talento, (que é muito), faltando saber extrair esse potencial, numa relação “rapidez – consistência”.


Loeb: 
Foi a época de despedida do multicampeão do mundo Sebastien Loeb. O piloto francês fez uma “época” curta nos rally´s, fazendo apenas quatro aparições, onde ainda foi a tempo de vencer duas delas, demonstrando que poderia perfeitamente ser de novo campão mundial. Teríamos uma das melhores lutas dos últimos anos, mas o francês, preferiu mudar de “ares”. Finaliza assim um “era” no mundo dos rally´s.


Prokop: 
Este é um raro caso no WRC, pois é o único piloto privado a correr no mundial. Martin Prokop é o único do “seu campeonato”, não tendo capacidade para ombrear com os oficiais, falta-lhe concorrência do seu nível para se perceber o que de facto vale o Checo. Não sendo um piloto rápido, vale pela sua consistência. Os pontos que vai amealhando são prémios merecidos pela sua coragem. Pena é que as contingências económicas mundiais, não permitam que mais pilotos sigam o seu exemplo.


Mikkelsen: 
O piloto “junior” da Volkswagen não teve uma temporada fácil. Talvez Mikkelsen tenha posto a “nu” as fragilidades que o Polo R WRC também tem, com toques e mais toques danificando muito a aerodinâmica do seu carro em várias provas, afectando muito os seus desempenhos em muitas das provas do mundial. Ainda assim o Norueguês demonstrou ter qualidade e rapidez, tudo isto para ser trabalhado, pois a sua tenra idade dá-lhe muita margem de evolução. 



Kubica:
Época de sonho para o piloto polaco, que venceu o mundial de WRC2, de forma categórica, demonstrando toda a sua versatilidade ao volante de diferente tipos de automóveis. Apesar das suas evidentes dificuldades no braço afectado à dois anos num acidente de rally, Kubica continua a ser um piloto competitivo, e a prova disso foi este título mundial. Para isso o polaco teve de amolgar muita chapa, e aprender com os erros. A última prova do mundial, trouxe-lhe a sua primeira experiencia ao volante de um WRC, que não correu nada bem, terminado duas vezes de “cabeça para baixo”, em dois dias. Ainda assim é apontado como possível piloto da Citroen na próxima temporada. Estará preparado?




Feita a analise dos pilotos que mais se destacaram este ano falta apenas ver a época pelo ponto de vista das equipas. Sigam no nosso blog todas as novidades.

Carlos Mota.

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