O mundo da Fórmula 1 é feito de números. Muitos números. A
física e a mecânica, aliada a aerodinâmica, permitem que estes carros alcancem
velocidades impressionantes num curto espaço de tempo. E tudo isto como é óbvio
é caro. Muito caro.
Tentamos fazer uma
resenha de alguns do números impressionantes, que fazem parte do dia-a-dia de
um carro de fórmula 1.
Vamos então começar pelo coração do carro:
Cada carro está equipado com um motor V8, 2.4L,
aspirado naturalmente (não tem ajuda de turbos,) atingindo 18000 rotações
por minuto ( para o ano que vem serão V6 1.6L, turbinados). Estima-se que produza 750
cv, mas não é certo pois muitos dados tem sido escondidos ao longo do
tempo. Cada motor tem de pesar 95 kg. O consumo de combustível anda à
volta do 65L por cada 100Km, aspirando 650L de ar por segundo.
Em relação à aerodinâmica, é facto já conhecido que um carro
de F1 consegue, em teoria, ter tanto apoio aerodinâmico, que lhe permitiria
andar de “cabeça para baixo” caso o motor fosse concebido para tal fim e fosse
pilotado por alguém corajoso o suficiente para o fazer. Na verdade as forças G
são tão grandes num F1 (5,5 G em certas curvas) que chegam a ser
superiores as sentidas no lançamento do Space Shuttle (3G). Em aceleração, o
carro atinge 1,45 G, conseguindo chegar aos 100Km/h em 2 seg. e 300 km/h
em 8,6. Mas nem só de aceleração um carro de F1 é feito, pois consegue
travar dos 200km/h aos 0 em 2,9 seg. percorrendo à volta de 65
metros durante esse tempo. Um carro de F1 é capaz de fazer 0-200km/h-0 em
perto de 7seg.
A velocidade mais alta registada por um carro de F1 foi de 400Km/h
num record oficial. O carro era um Honda (007) especialmente modificado para
esse fim, com Alan van der Merwe ao volante. Mas este tipo de velocidade não se
verifica durante as corridas, onde o máximo se situa nos 320Km/h. O record de
pista está nos 369,9Km/h em Monza por Antônio Pizzonia da BMW WilliamsF1
em 2004.
Tudo isto exige engenharia minuciosa. Cada carro tem
aproximadamente 80.000 componentes montados com 100% de precisão.
Apesar disso e da possível fragilidade de alguns componentes, a FIA exige que
certas peças sejam mais duráveis. Por exemplo, cada carro pode apenas usar
apenas 8 motores por ano, sendo penalizado se usar mais que este número. As
caixas de velocidades devem durar 5 corridas (esta regra é mais complicada de
seguir pois as caixas são partes que se desgastam muito depressa com o número
de passagens de caixa a atingir facilmente 3000).
Está previsto o gasto de
2.2 Milhões de litros de combustível, e 36000 pneus para a época 2013.
Mas ainda assim a F1 pode ser considerada amiga do ambiente
pois um carro de F1 é cerca de 20% mais eficiente que um carro de produção, com
as mesmas características de potência.
Tudo isto tem custos. E alguns deles são muito elevados.
Fica aqui uma pequena lista só para terem uma noção do quanto custa um F1.
Volante: 23150€
Escape 9300€
Asa da frente: 17280€
Pneu: 520 €
Travões: 2800 €
Motor: 172300€
Caixa de velocidades: 94750€
Software usado nos carros: 86200€
Obviamente que não temos acesso aos valores reais que cada
equipa gasta nos componentes dos carros, mas estes são os valores que circulam
na net e que não fogem muito da realidade.
Apenas mais alguns números:
Cada carro envia 1MB por segundo de dados de telemetria
(acima de 100 sensores em cada carro, que enviam dados mecânicos para as boxes
e para os centros de desenvolvimento dos carros das respectivas equipas em
tempo real)
Os orçamentos das equipas de top podem ultrapassar os 200 milhões.
Fica aqui uma lista dos possíveis orçamentos das equipas do ano passado. Esta
lista pode não estar correcta mas são valores aproximados.
Red Bull-Renault
= €265m - €380m
Scuderia Ferrari = €310m
Mercedes
AMG F1 = €200m
Lotus-Renault
= €160m - €180m
Force India-Mercedes = €125m
Sauber-Ferrari = €85m
Toro Rosso-Ferrari = €115m
Williams-Renault
= €115m
Caterham-Renault
= €105m
HRT-Cosworth
= €50m
Marussia-Cosworth
= €70m
(m= milhões)
É preciso ter em
conta que as equipas de topo têm em média 500 pessoas a trabalhar para si.
Surpreendido? Não fique. Ainda há mais números espantosos
que são guardados em segredo. Mas é por tudo isto que gostamos de F1.
Fábio Mendes
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