Fórmula 1: Na Alemanha, sê alemão

Mais uma corrida espectacular este ano. Não podíamos estar mais contentes por não sair de casa ao Domingo, como estamos hoje.

Corrida marcada por muitas lutas, muitos toques e mais um acidente em que um dos monolugares capota. E mais uma vez Massa com um acidente grave.
Até nos acidentes este ano está a ser diferente.

Hamilton com um acidente ontem na Q1, sabia que sairia hoje da grelha em 16º, mas a equipa precisou de mudar a caixa de velocidade e o britânico foi penalizado e saiu em 20º na partida para o G.P. da Alemanha.
Logo na partida, Massa que saiu em 3º, teve um aparatoso acidente, tendo capotado o Williams. Massa cortou a trajectória na primeira curva mas Magnussen, que tentava roubar o lugar ao brasileiro, vinha por dentro e não conseguiu desviar o Mclaren do embate com o monolugar patrocinado pela Martini. O brasileiro voou e Magnussen perdeu bastantes posições.

O Safety Car teve de entrar em pista e ficou por lá até à volta 3. Na largada, podemos ver que o Marussia de Jules Bianchi ficou parado, mas o francês seguiu em prova. Marcus Ericsson teve de largar para a corrida do pit lane, num episódio que revela amadorismo por parte da Caterham: a equipa não selou o monolugar depois da qualificação, aquando do parc fermé. Para além disso, o rookie foi penalizado com um stop & go, que teria de ser realizado nas 3 primeiras voltas.

Quando o SC saiu de pista, começou o festival de ultrapassagens de Hamilton (não se esperava outra coisa), tanto que na volta 4 já era 15º. Enquanto isso, Button, que tinha feito uma boa largada e era 5º, pressionava Hulkenberg mas não o conseguia passar. A Mclaren, via rádio, ia dizendo a Magnussen que ainda era possível chegar aos pontos, numa altura que o jovem dinamarquês ocupava a última posição.

Na volta 9, Kvyat tinha Perez como alvo e nos "esses" tentou ultrapassa-lo mas cortou demasiado a trajectória (Perez ainda não consegue desaparecer!) e na saída da curva fez um pião, saindo de pista, obrigando-o a ir às boxes. Má decisão do russo.
Quem ia fazendo pela vida era Ricciardo, que em cada corrida parece ser melhor piloto, nunca desistindo da luta. O australiano tem "sangue" do V8 dentro dele. O "Sr. Sorrisos" defendia a posição das investidas de Hamilton, que com melhor carro, estava a ser atrasado por Ricciardo.
É então que essa dupla chegou à traseira do Ferrari de Kimi Raikkönen. Ricciardo passa Raikkönen, que fica com Hamilton na sua peugada e via o inglês a tentar ultrapassar na mesma zona onde ontem bateu. Hamilton não conseguiu porque Iceman é difícil de passar, mas mais à frente lá o conseguiu. A diferença do "Merc" para o "Cavallino Rampante" é estrondosa!

Algumas voltas depois, na "Parabolika", a recta antes do gancho, assistíamos a uma intensa luta a três, todos eles ex-campeões: Raikkönen, Alonso e Vettel. Muita experiência em jogo, com Vettel a tentar ultrapassar Alonso, com Raikkönen à frente do espanhol. Resultado: Vettel passa os dois Ferrari quase em simultâneo, não antes de tocar em Kimi, que seguia no meio de Seb e Alonso, e este tocar no seu companheiro de equipa, voando partes da asa da frente do Ferrari de Iceman.

Mais ou menos na volta 17, Ricciardo recebe um aviso da sua equipa a dizer que tinha algum problema com o monolugar e que o piloto teria de fazer alguns ajustes no controlo do volante. Talvez devido a esse problema, o australiano baixou para 12º.

Até à volta 26, Hamilton era o único piloto que ainda não tinha parado para mudar o jogo de pneus e é então que se dá um episódio caricato com a sua equipa: das boxes, o seu engenheiro disse para o piloto escolher a "posição 1 do botão do menu mágico". Hamilton por sua vez responde, dizendo que nunca tinha ouvido falar nesse botão...o engenheiro disse-lhe para ele esquecer!
Pouco depois, Grosjean avisa a equipa que não tem potência e encosta, desistindo da prova alemã. Hulkenberg também avisava a equipa que o carro estava com algum problema. Pelos vistos a temperatura estava a subir no Force India, pelo que foi necessário o alemão mudar as configurações do chassis.
Alonso, que fez uma prova regular e mais uma vez mostrou o seu talento, com Vettel atrás e Hulkenberg à sua frente, ultrapassou o Force India sem muita dificuldade e Vettel aproveita o facto de Hulk estar com problemas e passa-o também. Na mesma curva, no gancho, Hulkenberg perde duas posições.

Hamilton seguia agora atrás de Button e na tentativa de passar o seu compatriota, Lewis toca no Mclaren de Jenson, danificando a asa da frente do seu monolugar. Pelos diálogos entre os pilotos e pit wall, nota-se que foi um incidente, sem intenção parte a parte, Hamilton pensou que Button estaria a "abrir" a porta e Button como é óbvio não o estava a fazer e retornou à sua trajectória. O máximo que podemos acusar Lewis é de pensar em algum tipo de facilitismo, por parte de Button, o que não acontece...normalmente!
Hamilton depois deste toque, avisou a equipa que o carro estava mais desequilibrado e que perdeu "downforce". Como o britânico estaria quase a regressar ás boxes para a mudança de pneus, pensou-se que a Mercedes optaria por mudar também a asa, o que não aconteceu. O que fizeram foi mudar parte do set up do carro e torna-lo mais equilibrado, não mudando a asa na paragem, para o piloto não perder mais tempo, precioso para a recuperação que vinha fazendo.



A cerca de 20 voltas para o final, Daniil Kvyat apanhou um susto tremendo, ao ver o seu Toro Rosso incendiar-se, no que parecia uma fuga de óleo. O russo ficou bastante frustrado por ter que desistir. Ainda se pensou que o SC regressaria à pista, mas a rápida intervenção dos comissários de pista, fez com que não fosse preciso.


Na volta 50, Sutil fez um pião na saída da última curva, na entrada da recta da meta, ficando com o carro atravessado na pista. O alemão não conseguiu colocar o carro em marcha, tendo mesmo desistido. Mais uma vez, a hipótese de entrada de SC levantou-sem mas as duplas amarelas naquele local e a corajosa prestação de 3 comissários (atravessaram a pista a empurrar o Sauber), tornou a evitar a entrada deste. Hamilton nessa altura, fazia a sua última paragem, tendo a equipa mudado a estratégia a meio da prova, provavelmente devido ao toque com o Mclaren.

A partir desse momento, tanto a equipa como Hamilton, sabiam que seria possível chegar à traseira do Williams de Bottas, na 2º posição e o engenheiro de Lewis avisou-o que tinha de puxar pelo monolugar.
Por seu turno, Bottas recebia a mensagem de que tinha de preservar os pneus e, ao mesmo tempo, acelerar para não ser apanhado pelo britânico.Um jogo de nervos e muito estratégico. Rosberg seguia na mesma posição desde a largada, com uma vantagem confortável.

A cerca de 5 voltas do final, Hamilton cercou o Williams de Bottas, tendo feito algumas investidas, mas notava-se que o Mercedes perdia alguma tracção onde o finlandês não perdia. Talvez o toque em Button tenha retirado a hipótese de Hamilton ter conseguido a segunda posição. Valtteri Bottas manteve-se enorme, retirando todo o espaço, por mínimo que fosse, a Hamilton para o ultrapassar.
Alonso, que seguia em 5º (Vettel era 4º, confortavelmente instalado), "sentiu" ainda uma brisa vinda do Red Bull de Ricciardo, mas não foi o suficiente para o australiano chegar a 5º.

Classificação no final do G.P. da Alemanha:

Pos.	Piloto	Equipa	Tempo	Dif.
1.	N. Rosberg	Mercedes	1:33:42.914
2.	V. Bottas	Williams	+20.789
3.	L. Hamilton	Mercedes	+22.530	+1.741
4.	S. Vettel	Red Bull	+44.014	+21.484
5.	F. Alonso	Ferrari	+52.467	+8.453
6.	D. Ricciardo	Red Bull	+52.549	+0.082
7.	N. Hulkenberg	Force India	+1:02.178	+9.629
8.	J. Button	McLaren	+1:24.711	+22.533
9.	K. Magnussen	McLaren	+1 Volta
10.	S. Perez	Force India	+1 Volta
11.	K. Raikkonen	Ferrari	+1 Volta
12.	P. Maldonado	Lotus	+1 Volta
13.	J. Vergne	Toro Rosso	+1 Volta
14.	E. Gutiérrez	Sauber	+1 Volta
15.	J. Bianchi	Marussia	+1 Volta
16.	K. Kobayashi	Caterham	+2 Voltas
17.	M. Chilton	Marussia	+2 Voltas
18.	M. Ericsson	Caterham	+2 Voltas
	Não terminaram
19.	A. Sutil	Sauber	+18 Voltas
20.	D. Kvyat	Toro Rosso	+21 Voltas
21.	R. Grosjean	Lotus	+49 Voltas
22.	F. Massa	Williams	+67 Voltas

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Pedro Mendes