S. Ogier foi o grande vencedor de mais uma edição do
Vodafone Rally de Portugal, fazendo-o pela 4ª vez no nosso pais, podendo bater
o record de vitórias em Portugal de Markku Allen, que é o actual detentor da
marca. Ogier tem portanto muitos anos pela frente para entrar na história,
naquele que é assumidamente uma dos seus ralis favoritos de toda a temporada.
Quanto à prova em si, Ogier fez um rally irrepreensível,
roçando a perfeição, se é que isso existe nos ralis, mas este francês é capaz
de fazer coisas incríveis, só capazes por um verdadeiro predestinado. O piloto
da Volkswagen, fez uma prova de cautela, sem ainda assim perder muito tempo
para os mais rápidos, M. Hirvonen e O. Tanak que até chegaram em primeiro e
segundo respectivamente no final do 2º dia de prova, mas com diferenças muito
curtas. Mikko era líder com 3,7´s sobre Tanak e 6,5´s sobre Ogier, que mesmo a
poupar pneus e a optar por uma andamento sem correr muitos riscos, estava na
luta pelos lugares cimeiros.
Ao contrário do francês, os dois homens da Ford estavam a
dar tudo, arriscando em demasia, ao ponto de no terceiro dia de prova, Tanak
ter tido uma violenta saída de estrada, destruindo o seu Fiesta RS WRC e
arruinando mais uma grande prova que estava a realizar. Já por seu lado M.
Hirvonen começou a ficar condicionado pelo estado dos seus pneus, já com algum
desgaste e pouco eficientes. Ogier, com uma óptima gestão em todos esses aspectos,
atacando somente nas especiais certas, optou por arriscar mais nas passagens por
Santana da Serra, a maior especial de todo a o rally, onde só aí ganhou 20´s no
somatório a Hirvonen, sendo decisivo para deixar o dominador piloto da Volkswagen
bem na frente da prova, controlando desta forma todo o andamento dos
adversários.
A lista de possíveis vencedores também já não era muita
vasta, pois este rally foi fértil em abandonos e percalços, fazendo várias
vítimas pelo caminho. Tanak era segundo, quando abandonou, bem como Latvala,
que também era segundo na geral, atrás de Ogier, quando na segunda por Silves
deitou tudo a perder e foi parar…à vala. Sordo, que chegou a liderar ainda no
primeiro dia, mostrando que o Hyundai pode a curto prazo andar mais próximo dos
da frente, mesmo no cronómetro, sem ter que contar com abandonos alheios para
subir na geral. Meeke, Hanninen,Evens e Kubica, de novo em dose dupla, também
tiveram problemas que os impediram de ter uma melhor classificação, ou mesmo de
terminar o rally.
Quanto à “power Stage”, foi mais uma “limpeza” para Ogier, fazendo um tempo canhão, vencendo de forma tão clara, que resignou toda a gente. Latvala fez o segundo melhor tempo, conseguindo desta forma 2 pontos, e Ostberg que após fechar a prova no 3º lugar, arrecada ainda mais 1 ponto nesta especial.
Quanto à “power Stage”, foi mais uma “limpeza” para Ogier, fazendo um tempo canhão, vencendo de forma tão clara, que resignou toda a gente. Latvala fez o segundo melhor tempo, conseguindo desta forma 2 pontos, e Ostberg que após fechar a prova no 3º lugar, arrecada ainda mais 1 ponto nesta especial.
Um rally duro, muito duro, com troços bem difíceis,
provocados pelas intensas chuvas, que caíram na região algarvia na última
semana, deixando os troços bem traiçoeiros, escorregadios e inconstantes, com zonas
de mudanças de condições do piso, que criaram vários problemas aos pilotos.
Assim sendo, Ogier foi o grande vencedor do Rally de
Portugal, na frente Hirvonen que teve uma boa prestação na prova portuguesa,
chegando a liderar, mas nada poderia fazer face à superioridade do francês.
Ostberg foi terceiro na geral, de forma confortável, já que Mikkelsen o 4º na
geral ficou a quase 4 minutos do piloto da Citroen. O regressado H. Solberg
fechou o Top5.
S. Ogier é sem
dúvida um fora de serie. A forma como gere a corrida, os pneus, o andamento, o
risco…tudo, é simplesmente perfeito. E depois tem quele “pormenor” que é andar
como ninguém anda. A condução deste francês é única, alia a rapidez, a solidez,
a elegância…simplesmente perfeito! Ogier volta a vencer, pela 4ª vez em
Portugal, lidera o campeonato de forma controlada, a caminho de um mais que
certo título de campeão mundial. Estamos perante uma lenda viva dos ralis, e
que não ficará por aqui.
M. Hirvonen
voltou às boas exibições pela Ford, numa prova onde o finlandês ainda chegou a
liderar, ganhou uma especial cronometrada, apenas não teve “pernas “ para um
extra terrestre chamado Ogier, que é de outro mundo. Mikko, que vinha de uma
série de maus resultados na época que regressa a “casa”, fez talvez a sua
melhor performance desde então. Esperemos que seja para ficar, pois este
campeonato precisa de um Hirvonen a dar os paços certos. Sai de Portugal
certamente mais motivado para o rally da Argentina. E nós por cá damos-lhe nota
positiva. Welcome back Mikko.
M. Ostberg foi o
3º na geral, numa prova que já venceu, depois da vitória na secretaria em 2012,
após desclassificação de Hirvonen. O piloto da Citroen nunca conseguiu
verdadeiramente ser rápido o suficiente para andar na luta com os homens da
frente no 2º dia, adaptando o seu ritmo, e bem. Não correu riscos, aproveitou a
saída de estrada de Tanak para subir ao lugar mais baixo do pódio. É sem dúvida
o elo mais forte na Citroen, numa época bem acima do que foi a transacta.
A.Mikkelsen aproveitou
bem os azares alheios para subir na geral, numa prova que evidenciou a clara
inconstância deste piloto, que na nossa opinião está a demorar a evoluir. Já
vai na segunda época na equipa principal, com experiência acumulada na época
transacta, era de esperar mais deste jovem piloto. Acaba por ter a sorte da
prova com este 4º lugar, num rally onde desiludiu. Valeu pela regularidade, e
por ter evitado as armadilhas de uma prova muito traiçoeira. É certo que
devagar é mais fácil…
H. Solberg
regressou ao mundial de rallis, num projecto privado correndo “à rico” com um
Fiesta RS WRC completamente despido de patrocinadores. O irmão mais velho de
Petter Solberg, fechou o Top 5, marcando aqui e ali um ou outro bom tempo, mas
sem regularidade nem ritmo para isso, pois o tempo parado foi algum e a idade
avança. Ainda assim, um bom lugar num regresso de saudar.
M. Prokop cumpriu
mais um prova nos pontos. Sempre a correr no erro dos adversários, o piloto
checo lá vai amealhando uns pontos sempre que pode e que o deixam. Sexto lugar
final mais um rally em que pouco ou nada se deu por ele.
T. Neuville foi
7º na geral final, isto depois do primeiro pódio ao volante do I20 WRC no
México, desta vez o jovem Belga não conseguiu implementar um bom ritmo e logo
desde o início da prova se tinha percebido isso mesmo. Daí para a frente, foi a
juventude o Hyundai a dar dores de cabeça, com vários problemas a atrasarem
ainda mais Neuville. Muito para crescer, tanto o piloto, como o carro.
J. Hanninen teve
imenso problemas no seu Hyundai, desde um embate com uma árvore na SS4
(Almodôvar) em que ficou com problemas na direcção do I20 WRC, e nunca mais
seria a mesma coisa. Não mostrou nada de mais, porque as condições não estavam
criadas para tal. Um rally cheio de problemas é o saldo final, o 8º lugar um
mal menor.
D. Sordo veio
provar que o Hyundai I20 WRC pode ser competitivo, ainda esta temporada. Começo
cheio de fulgor, vencendo duas especiais de uma assentada, ascendendo mesmo a
liderança da prova no 2º dia. Mas a juventude do carro da marca coreana nestes
difíceis troços foi decisiva, pois a falta de tração a sair das curvas era
evidente e mesmo Sordo se queixou disso. Abandonou já no último dia de prova,
com o semi-eixo do seu carro danificado, que impediu um prémio justo ao
espanhol, muito acarinhado em Portugal, de conseguir um bom lugar. Seguia em 4º
na geral. Sai de Portugal ainda assim com a moral em cima, e cá para nós
merecia outro tratamento por parte da marca coreana…Sordo está com “ganas”.
O. Tanak não tem
meio de atinar. Não aliar uma relação de rapidez/ consistência mata todas as
possibilidades de este estónio, cheio de potencial, fazer brilharetes. Seguia
em 3º na geral quando uma saída violenta de estrada destruiu por completo o seu
Fiesta RS WRC. Este piloto tem tanto de bom como de “maluco”. A andar assim,
arrisca-se a não terminar prova nenhuma, o que é uma pena pois é muito rápido,
espectacular, mas manter o carro na estrada…é muito complicado. Assim sendo,
Tanak, mais um abandono.
J. M. Latvala
voltou a desiludir, após também ter saído de estrada e embatendo forte num
morro de terra, numa altura que era 2º da geral, bem próximo da liderança do
rally. O finlandês, que chegou a Portugal a 3 pontos da liderança do mundial,
deixou fugir assim Ogier rumo a mais um título. Talvez fosse este o único que
poderia fazer frente ao francês na luta pelo ceptro, mas a bater assim é muito
difícil.
C. Meeke foi que
quase nem se deu por ele no rally. Enquanto andou na estrada, foi sempre
modesto, não se dando de todo com os troços portugueses, abandonado mais tarde
também ele com uma saída de estrada. Valeu Ostberg à Citroen.
E. Evens foi mais
um dos azarados da prova, saindo curiosamente no mesmo sítio que C. Meeke,
dando até uma fotografia “engraçada” dos dois carros acidentados no mesmo
local. Piloto com potencial, mas com muito para aprender também.
R. Kubica começa
a ser um habitual nos destaques pela negativa. O polaco simplesmente não acerta
uma, (tirando nas árvores que aí acerta em todas), bate, regressa em “rally2” volta
a bater, sai de estrada, põe em risco o seu navegador e a ele mesmo. Momento
para Kubica repensar, mais do que a sua carreira, mas a sua vida.
Classificação geral final WRC2:
Está assim completa a etapa portuguesa do mundial de ralis, com Ogier a ser o grande protagonista no fim desta história. O francês sai de Portugal ainda mais líder, a caminho de mais um título de mundial, já há muito anunciado.
Está assim completa a etapa portuguesa do mundial de ralis, com Ogier a ser o grande protagonista no fim desta história. O francês sai de Portugal ainda mais líder, a caminho de mais um título de mundial, já há muito anunciado.
O mundial esta de regresso 8 a 11 de maio na argentina, uma
prova sempre munto duro, ao exemplo do que foi em Portugal.
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motorizados”.
Até lá…if
in doubt flat out!
Fotos:
Aproveitamos o trabalho do Doidos por rally que compilaram muitas e excelentes fotos. Os créditos dos fotógrafos aparecem na maioria das fotos mas se quiserem ver mais passem na página:
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Carlos Mota
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