foto: XPB Images |
A confirmação de que Hulkenberg ficará mais um ano na Force
India, tem um lado positivo e um
negativo. O positivo é obviamente o facto de o alemão se manter na F1 e podermos
continuar a contar com o seu talento em pista. O negativo… é que Hulk continua
a ser esquecido pelas equipas grandes.
O assunto não é novo e temos falado bastante dele. Hulkenberg é sem dúvida um dos melhores
pilotos do grid e apreciamos muito o alemão. Tem velocidade, consistência,
inteligência. É um piloto na onda de Button, ou de Rosberg. Muito talentoso, embora sem
o rasgo de Hamilton ou de Alonso. É também dos melhores pilotos a defender, e a
sua regularidade dá confiança a qualquer equipa. Mas, incrivelmente, as equipas de topo continuam a olhar de lado
para o alemão.
Hulkenberg tem tido manifestamente pouca sorte para o talento que tem. No ano em que a McLaren procurava um piloto, Pérez destacou-se logo no início da época e ficou com o brilho dos holofotes para ele. No ano a seguir, quando se pensava que a Ferrari ia apostar em Hulk, Raikkonen ficou “livre” para assinar com a Scuderia. Este ano era mais difícil para Nico obter um lugar numa equipa de topo, mas a Red Bull poderia ter apostado no alemão em vez de Kvyat. Mais uma vez o talento de Nico foi subvalorizado.
Hulkenberg tem tido manifestamente pouca sorte para o talento que tem. No ano em que a McLaren procurava um piloto, Pérez destacou-se logo no início da época e ficou com o brilho dos holofotes para ele. No ano a seguir, quando se pensava que a Ferrari ia apostar em Hulk, Raikkonen ficou “livre” para assinar com a Scuderia. Este ano era mais difícil para Nico obter um lugar numa equipa de topo, mas a Red Bull poderia ter apostado no alemão em vez de Kvyat. Mais uma vez o talento de Nico foi subvalorizado.
É algo difícil de
explicar. Toda a gente aprecia o talento de Hulkenberg, mas na hora de assinar contratos,
parece que fica sempre para 2º plano ou
que é esquecido. Além disso Hulkenberg é um dos pilotos mais altos do grid e
como tal isso torna-o mais pesado. E hoje em dia, todas as gramas são
ponderadas e até a fisionomia do piloto é tida em conta antes de assinar um
contrato.
Uma carreira recheada de sucesso
foto: GP2 Media service |
Nascido em 1987 e a competir desde 1997, o seu talento
tornou-se óbvio bem cedo na sua carreira, tendo vencido em 2005 a Formula BMW
ADAC, em 06/07 a A1 Gran Prix, ganhando 9 corridas logo no seu primeiro ano,
fazendo dele o piloto mais bem-sucedido da categoria. Venceu ainda o Master de
Formula 3 em 2007, a Formula 3 Euro Series em 2008 e a GP2 Series em 2009,
tendo vencido na sua época de estreia, algo que só Hamilton e Rosberg
conseguiram.
Foto: XPB Images |
Um currículo de luxo, que lhe permitiu subir à categoria
rainha em 2009, sendo piloto de testes pela Williams. No ano seguinte passou a
ser piloto principal, juntamente com Rubens Barrichello. A sua primeira época
foi de altos e baixos e a equipa não teve paciência para esperar pelo melhor
Hulkenberg. Antes do final da época, os rumores eram fortes de que o alemão
seria substituído pelo campeão da GP2 Series… Um tal de Pastor Maldonado, que
trazia com ele muito dinheiro (uma decisão que certamente ainda é muito
lamentada). Antes de sair, foi ainda a tempo de conseguir a Pole Position no GP
do Brasil, a mais de um segundo à frente de Vettel, acabando em 8º. Uma forma
de dizer “ vocês vão sentir saudades minhas”.
Em 2011, seria piloto de reserva da Force India, e em 2012,
finalmente, voltaria a ser piloto principal, também na Force India, ao lado de
Paul DiResta. Começou finalmente a dar nas vistas, com uma condução rápida,
regular e que permitiu marcar 63 pontos e acabar em 11º.
foto: Rainier Ehrhardt |
Em 2013 mudou-se para a Sauber, depois da mudança de Sérgio Pérez
para a McLaren. A qualidade de Hulkenberg pedia outros voos, mas a equipa da
Sauber vinha de um excelente campeonato e como tal abria perspectivas positivas
para um crescimento sustentado do piloto. Foi considerado por muitos, um passo
“ao lado”, mas ainda assim poderia ter hipóteses de lutar por algo mais. Mas ao
contrário do que esperaria, o ano começou de forma péssima, com o monolugar da
Sauber a ser muito fraco. A equipa foi no entanto evoluindo o carro e como isso
Hulkenberg pode voltar a brilhar, essencialmente na 2ª parte da época, onde fez
uma sequência de excelentes resultados. Acabou em 10º com 51 pontos, mas o que
ele conseguiu fazer com o Sauber, merecia muito mais. Merecia no mínimo um
pódio, algo que esteve próximo de acontecer em Monza e na Coreia do Sul. A
sorte não lhe sorriu, mas só um cego não via o talento de Hulk.
foto: XPB Images |
Em 2014 fez uma primeira metade de época brilhante pela
Force India batendo consecutivamente “Checo” Pérez, acabando consecutivamente
nos pontos, todavia , desde o incidente na Hungria que o obrigou a desistir
pela primeira vez este ano, nunca mais foi o mesmo. Tem alternado entre o bom e
o medíocre nesta última fase do campeonato. Talvez o desânimo de ter ficado de
fora das contas dos grandes se tenha apoderado dele. Falou-se até de uma
possível saída para o WEC. Seria um crime a F1 ficar privada de Hulkenberg. É
justo relembrar também que o monolugar da Force India evoluiu pouco e que esse
também poderá ser um dos factores para a baixa de forma.
foto: XPB Images |
Hulkenberg tem mostrado ano após ano a sua qualidade, sem se
deixar abater pela falta de interesse de equipas maiores. Qualquer um ficaria
desapontado, depois de tantas provas dadas, por não ser chamado por uma equipa
de topo. Hulkenberg tem “unhas” mais que suficientes para lutar por um título,
assim tenha máquina para isso.
Nós ficamos à espera de ver Hulkenberg numa equipa grande, a
provar ao mundo o seu valor. Esperemos que o ditado “ quem espera sempre
alcança” se aplique ao alemão. Merece uma oportunidade.
Fábio Mendes
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