O que distancia as mulheres das
pistas de Formula 1? Não questiono como admiradoras do desporto, pois vemos
cada vez mais mulheres a assistir aos grandes prémios, mas sim como piloto.
Porque não vemos mulheres ao volante de um F1?
Poucas foram as felizardas que já
tiveram a oportunidade de o fazer, das quais, apenas cinco entraram em pelo
menos um grande prémio:
1974-1976 Lella Lombardi
1976-1978 Divina Galica
1980 Desiré Wilson
1992 Giovanna Amati
1976-1978 Divina Galica
1980 Desiré Wilson
1992 Giovanna Amati
Destas destacou-se Lella Lombardi (italiana) que entrou em
dezassete grandes prémios, começando doze corridas. A única piloto feminina a
pontuar na Formula 1.
Nem todas foram um sucesso quanto
ao seu desempenho no desporto nobre, mas tal também acontece com elementos do
sexo masculino.
Surge então a pergunta, porque os elementos do sexo feminino
não são uma aposta neste desporto? É sabido que a Formula 1 é um desporto
que exige muito fisicamente de um piloto, mas será essa a principal razão para
manter as mulheres afastadas desta modalidade do automobilismo? As mulheres têm
muito menos massa muscular comparativamente aos homens e também, menos
apetência a ganhá-la. É necessário músculos bem desenvolvidos em diferentes zonas
do corpo para conseguir aguentar uma corrida, em que o corpo é sujeito à aceleração,
vibração e choque do carro. Pode ser muito agressiva a condução de um F1. Requereria
anos de treino muscular para que uma mulher pudesse ter a forma física de um
piloto de topo da F1.
Sir Stirling Moss (ex. automobilista britânico de F1) disse que apesar de haver mulheres fortes e robustas, acredita que as mulheres não têm força mental para competir devido há falta de capacidade das mulheres para lidar com o stresse mental.
Com todo o respeito ao Sir Stirling Moss, mas tenho de discordar. O risco é iminente em vários desportos e se nos focarmos no automobilismo, está bem presente em todas as modalidades. E mesmo assim, vemos mulheres em competição em muitas delas. Um bom exemplo disso é a americana Danica Patrick (norte-americana) que compete na NASCAR e até então tem tido bons resultados.
Dois nomes femininos juntaram-se à Formula 1
recentemente: Maria de Villota (espanhola) e Susie Wolff (britânica).
Maria foi obrigada a afastar-se
em Julho de 2012 devido a um incidente durante um treino como piloto de testes
da equipa Marussia, que quase lhe custou a vida. Para além de outros problemas
físicos, ficou sem o olho direito.
Susie assinou em 2012 como
piloto de desenvolvimento da equipa Williams, da qual faz parte até ao momento.
Será que vamos ver Danica Patrick ou Susi Wolff como piloto de F1 em 2014? A questão fica em aberto…
Bernie Ecclestone, Presidente da
FOM (Formula One Management)), disse recentemente que procura uma mulher para a Formula 1. Quando lhe é sugerida Danica, este assume ser uma boa candidata.
Contudo, em entrevistas anteriores confrontado com esta ideia, afirmou que as
mulheres devem vestir-se de branco como todos os outros electrodoméstico. Mais
tarde, pediu desculpa a Danica, mas repetiu o mesmo tipo de comentários,
chegando a dizer que as mulheres nunca atingiriam a excelência na F1.
Quando confrontado sobre Susie Wolff, este lançou um cometário também bastante desagradável, dizendo que se a Susie fosse tão rápida como bem-parecida que é, seria um grande trunfo. Uma controvérsia bastante intrigante, por sinal…
Quando confrontado sobre Susie Wolff, este lançou um cometário também bastante desagradável, dizendo que se a Susie fosse tão rápida como bem-parecida que é, seria um grande trunfo. Uma controvérsia bastante intrigante, por sinal…
Quero acreditar que não é devido a este tipo de opiniões e mentalidades como esta, que as mulheres não fazem parte desta modalidade do automobilismo.
Élia Paulo
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