Sebastien Ogier foi o grande vencedor do rally do México,
terceira prova pontuável para o campeonato mundial de ralis, numa prova marcada
por inúmeros abandonos, com os duros troços mexicanos a fazer estragos, e
muitas “vítimas”.
O francês da Volkswagen partia para esta prova na segunda
posição do campeonato, atrás do seu colega de equipa, J. M. Latvala, que
discutiam desta forma a liderança do campeonato, com Ostberg (Citroen), também
ele a estar à espreita, na terceira posição da geral, e sendo ele um especialista
em pisos de terra, era um candidato óbvio à final neste rali.
A Ford tinha em M. Hirvonen a sua principal seta apontada à vitória, mas a verdade é que o finlandês tem andado bem afastado das boas
exibições, teria aqui a possibilidade fazer “as pazes” com os bons resultados.
Na Hyundai, era uma incógnita o que valeria o I20 WRC neste
tipo de condições, e correndo em altitude, Neuville e Atkinson teriam
a hipótese de explorar o potencial do carro da marca coreana.
Mas na prova, tudo foi mais do mesmo, com a Volkswagen de Ogier e
Latvala a dominar, apenas tendo alguma réplica por parte de
Ostberg, que chegou mesmo a liderar, mas um ligeira saída de estrada
danificou o seu Ds3 WRC, deitando por terra a possibilidade de bater Ogier, “no
braço”.
Também M. Hirvonen, que estava a realizar uma excelente
prova, teve de abandonar no segundo dia de prova, com problemas eléctricos no
seu Fiesta RS WRC. O piloto da Ford, estava possivelmente a fazer a sua melhor
aparição nesta temporada, viu desta vez o azar bater-lhe à porta.
Desistências foram o
grande destaque deste rally. Mikkelsen, Meeke, Kubica, Ostberg,Hirvonen e
Tanak, isto falando apenas dos nomes mais sonantes, foram as principais vitimas,
de uma prova dura que não deixará saudades à maioria dos pilotos, embora
Hirovenen e Ostberg ainda tenham regressado a tempo de fechar no TOP10 final,
ao abrigo do “rally2”.
A Hyundai, de forma algo surpreendente, conseguiu levar os
seus dois I20 WRC, até a linha de chegada, ainda assim
denotando uma clara falta de potência, comparativamente à concorrência, mas
passando claramente no teste de fiabilidade, com Neuville a ser inclusive 3º na
geral final, dando desta maneira o primeiro pódio à marca coreana. Um pódio que
chegou a estar em causa, pois no ultimo troço de ligação o Hyundai do piloto
belga teve problemas de sobreaquecimento, tendo sido resolvido de forma
insólita, com uma cerveja a ser a resolução de arrefecimento do motor do carro
de Neuville.
Contas feitas, S. Ogier venceu, assumiu também a liderança do campeonato, no rali que antecede a prova portuguesa, marcada
para o inicio de Abril, ficando já a certeza que será ele a abrir a estrada nos
troços algarvios. O francês foi ainda buscar mais 3 pontos extra, vencendo a
“power stage”.
Na segunda posição ficou o seu colega de equipa, J. M.
Latvala, que perde desta maneira a liderança no campeonato, ainda que a
diferença seja somente de 2 pontos para Ogier. Latvala que durante todo o
rali, raramente conseguiu andar mais rápido
do que o seu companheiro da Volkswagen, sendo este segundo lugar bem
controlado até final, até porque o terceiro da geral era Neuville, já bem longe
dos dois da frente, sem colocar em perigo portanto a sua posição.
Neuville foi 3º e deu a Hyundai o seu primeiro pódio numa
prova do mundial de ralis. Apesar de nunca ter tido andamento para ombrear com
os homens mais rápidos, o piloto belga foi aproveitando os sucessivos abandonos
dos pilotos que rodavam no topo da tabela classificativa, subindo desta maneira
até à terceira posição. Um bom resultado, animador para toda a equipa. Ainda
assim fica no ar a ideia que têm muito trabalho, no que diz respeito a provas em piso de
terra. Ainda assim clara nota positiva para o I20 WRC, que
resistiu a tudo, até culminar neste 3º lugar final.
E. Evens foi 4º, melhor dos pilotos Ford, beneficiou também
ele de vários abandonos para ir subindo na classificação, até atingir aquela
que é neste momento a sua melhor prestação no mundial WRC, desde a sua entrada
na Ford. O jovem piloto britânico, em fase de aprendizagem, não se preocupou
muito em realizar tempos competitivos, mas sim em dar um passo de cada vez,
nesta fase importante da sua carreira. Fazendo o seu primeiro Rally do México,
Evens, teve uma um comportamento calculista, e levou a água ao seu moinho. Este 4º lugar final é sem dúvida motivador.
Na 5ª posição, a quase 10 minutos de Ogier, ficou outro dos
homens que aproveitou os erros dos alheios para ter sucesso, Martin Prokop.
Piloto sem ritmo e qualidade para outros voos, aproveita sempre que pode todas
as falhas dos mais rápidos, para somar pontos importantes para si. Sem correr riscos, o piloto checo consegue um bom 5º lugar num rali sempre muito
duro, onde chegar ao fim por vezes tem destas coisas.
Benito Guerra, a correr em casa, foi 6º na geral, e o que
foi dito sobre Prokop, aplica-se igualmente ao piloto mexicano. A estrear-se de
Fiesta WRC, o piloto nesta prova apoiado pela M-Sport, lá foi subindo na geral, assim que “caía” mais um dos da frente. Fica o resultado, de um piloto muito
acarinhado pelo seu público.
C. Atkinson foi segundo dos Hyundai, apesar de muitos
problemas sentidos ao longo da prova, o piloto Australiano conseguiu levar o
seu I20 WRC até final da prova no 7º lugar da geral. Os mais de 15 minutos
perdidos reflectem bem as dificuldades por que passou o piloto e o carro…
Mikko Hirvoenen terminou na 8ª posição, uma prova que até
tinha começado bem para si, rodando bem perto dos mais rápidos, até á SS8, onde
um problema eléctrico no seu Fiesta RS WRC, fez com que tivesse de abandonar,
regressando no dia seguinte, ainda que muito atrasado na geral. Este 8º lugar é
um mal menor, juntando mais um ponto na “Power Stage” onde foi 3º. Curto para
quem podia ter feito bem melhor nesta prova que até prometia um bom desfecho
para si.
Mads Ostberg fechou a terceira etapa do mundial na 3ª
posição, depois de no 1º dia ter andado entre os primeiros, fechando-o na 2ª
posição, na primeira etapa do segunda dia, deu um toque com a traseira do seu
Ds3 WRC danificando a suspensão, abandonando de seguida no troço de ligação.
Regressou no dia seguinte ainda a tempo de somar dois pontos com este 9º lugar
final, que sabe a pouco com certeza ao piloto norueguês, que almejaria decerto
uma melhor classificação. Mas os ralis são isto mesmo, o azar e a sorte são
factores a ter muito em conta.
A fechar o top 10 ficou Y. Protasov, que venceu também a
categoria WRC2, mesmo depois de ter ficado privado da tracção total no seu Fiesta R5.
Mundial de pilotos em WRC2:
O mundial de ralis está de volta, de 3 a 6 de Abril por
terras lusitanas, o Vodafone Rally de Portugal vem para a estrada e nós vamos
acompanhar a par e passo todas as incidências.
Fique atento ao nosso facebook e ao nosso blog “Chicane
Desportos Motorizados”, com todas as novidades sobre a etapa portuguesa do
mundial de ralis.
Até lá…if
in doubt flat out!
Fotos:
google.pt
Página do Facebook: Doidos por Rally
Carlos Mota
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