A Red Bull é a equipa a abater neste momento. Tem estado
sempre na frente, no desenvolvimento do carro e por consequência na
classificação.
Ontem surgiram artigos em que se dizia que o antigo proprietário da Minardi suspeitava que o carro de Vettel tinha um som diferente essencialmente a meio da curva e que assemelhava muito ao som emitido pelos motores quando estes tinham controlo de tracção.
Já não é a primeira vez que se suspeita disso este ano. Basta lembrar uma
imagem captada no GP do Canada em que se via uma marca de pneus descontínua na saída
do gancho do casino, marca essa que deixou no ar a dúvida.Ontem surgiram artigos em que se dizia que o antigo proprietário da Minardi suspeitava que o carro de Vettel tinha um som diferente essencialmente a meio da curva e que assemelhava muito ao som emitido pelos motores quando estes tinham controlo de tracção.
Com mais esta suspeita levantada, a Autosprint veio mostrar
um vídeo onde se ouve claramente o som diferente do motor de Vettel. Mas a
Autosprint não acredita que se trate de um sistema de controlo de tracção uma
vez que essa tecnologia foi banida há algum tempo, mas sim de um sistema “escondido”
muito parecido aos “Blown Diffuser” usado em 2011. James Allen também acredita mais na última hipótese.
Infelizmente não somos mecânicos para explicar estes
componentes da melhor forma mas iremos tentar.
O difusor é uma peça colocada na traseira do carro que
permite que o fluxo de ar que circula debaixo do carro percorra esse trajecto
de forma mais rápida do que o ar que circula no topo do carro. Isso vai
provocar o chamado efeito de Venturi, ou seja, a pressão debaixo do carro é menor e como tal a maior pressão no topo do carro vai como que “empurrar” o carro contra o chão aumentado a aderência.
Essa tecnologia foi introduzida, embora com outros componentes e de forma
diferente, nos final dos anos 60 pela Lotus e pela BRM. A Brawn GP e Button
venceram o campeonato em 2009 graças a
uma modificação feita nos difusores que só 6 corridas depois foi implementada
pelas outras equipas. Foi o suficiente para chegarem à frente terem a vantagem para gerir o
campeonato.Isto mostra bem a importância deste componente.
Mais tarde surgiram os “Blown Diffusers” . Os gases de escape
normalmente são direccionados para zona especificas na traseira do carro para
aumentar o “downforce”. Entretanto várias equipas começaram a direccionar os
escapes para os difusores, para aumentar a velocidade de circulação do ar por
baixo do carro e como tal diminuir a pressão debaixo do carro e aumentando a aderência.
Os primeiros “Blown diffusers” usados foram chamados de “frios”,
pois resultavam do ar que passava no motor, quando o piloto não tinha o pé no acelerador.
Retirar o fluxo de ar do difusor do carro, implicaria perda de “downforce” e
consequentemente de aderência. Uma vez que o piloto à entrada de uma curva, normalmente, está a travar e não tem o pé no acelerador, os gases de escape diminuem, o
efeito de Venturi diminui e isso faz com que a aderência diminua numa altura
critica. Com essa tecnologia, mesmo sem estar a acelerar, o fluxo do ar, embora
menor, continua a chegar ao difusor mantendo a aderência do carro.
A Red Bull inovou essa área em 2011 e criou os “Blown
diffusers” quentes. O principio é o mesmo mas com uma diferença. Quando o
piloto retira o pé do acelerador, o
motor continua receber combustível de forma a aquecer os gases e manter assim um
fluxo de ar constante mesmo quando o piloto não tem o pé no acelerador, o que
dá mais estabilidade ao carro e mais confiança ao piloto, criando mais downforce
do que com os "blown diffuser´s" frios.
Mas a tecnologia tinha um senão. Consumos
até 15% mais elevados e nível de desgaste do motor muito maior. Uma vez que a F1 quer reduzir custos, esta tecnologia foi banida por ser demasiado cara. Os carros com essa tecnologia
tinham um som característico de motor
nas entradas e a meio das curvas. Além disso a temperatura dos gases de escape é muito elevada e várias equipas sofreram, com peças da parte traseira a ficarem derretidas por causa do sistema. Apenas a Red Bull dominava a tecnologia e em 2011 construiu o carro à volta deste tipo de difusores, sendo a peça fundamental nesse ano.
O vídeo mostrado pela Autosprint do carro de Vettel faz
lembrar o uso de "Blown difusers". A Red Bull pode estar a usar um
tipo de afinação no motor que permite, embora de forma escondida, o mesmo
efeito. Pode ser essa a chave da aderência superior em relação aos outros
carros. Pode haver quem diga que é apenas o som característico de combustível não queimado, quando se tira o pé do acelerador. Nós também não sabemos. Apenas estamos a falar de um assunto que foi questionado por gente que esteve ou está por dentro da F1.
São suposições mas uma coisa é certa. Newey é um génio e um mestre
no que diz respeito em contornar as regras da FIA e molda-las a seu favor ( o que é bom pois faz aumentar o nível de exigência dos engenheiros e este jogo do rato e do gato nas questões técnicas também e interessante).
Ficam os vídeos para compararem:
Video de 2011 em que os "Blown diffuser´s" da Red Bull dominavam. Reparem na diferença do som do motor dos Red Bull para os outros carros.
link do video em que se ouve um som semelhante ao que os motores faziam em 2011 :
http://www.youtube.com/watch?v=eH4RxQx7J4c
Fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=eH4RxQx7J4c
Fontes:
f1zone.net
f1.com
f1.com
jamesallenonf1.com
Fotos:
retiradas da net.
Fábio Mendes
Sem comentários:
Enviar um comentário