Nicholas Andreas Lauda,
nasceu em Viena no dia 22 de Fevereiro de 1949, no seio de uma família de
negócios, mas quis o destino reservar-lhe uma riqueza maior: ser piloto de
Fórmula 1. Indo contra as aspirações da família, Niki decidiu ser piloto de corridas, tendo começado na Fórmula Vee (Volkswagen) e na Fórmula 3, antes de
comprar o lugar na equipa March para a F2 e depois para a F1. Lauda mostrava
ter talento, mas a falta de competitividade da equipa March não o deixava lutar
pelo objectivo final: as vitórias! Gastando quase todo o dinheiro na March e
levando-o quase à falência, Lauda não tinha outra hipótese que não fosse
continuar a pilotar, por isso em 1973, num negócio complicado, a BRM dá-lhe a
hipótese de correr pela equipa, ainda a pagar o lugar, mas consegue colher frutos
e é recompensado com um convite para a Ferrari, para a época de ´74.
A Ferrari não tinha um
campeão nas fileiras desde ´64, com John Surtees. No ano de 1964, Surtees
venceu o Campeonato do Mundo de Pilotos a Graham Hill com um ponto de vantagem
e 8 pontos de avanço para o 3º classificado, Jim Clark. Podemos afirmar que com
certeza a Ferrari estava pressionada para vencer, afinal estavam à 10 anos sem
conseguir produzir um Campeão do Mundo, por isso arriscaram tudo ao contratar
um austríaco quase sem currículo mas com uma frontalidade fora de série.
Foi
com essa frontalidade que no final do primeiro teste com o Ferrari 312, Lauda
avaliou o carro como “uma merda” (nas suas palavras “a piece of shit”),
prometendo-lhe que mesmo assim, o faria digno de ser pilotado na F1.
Lauda já era considerado o
salvador da equipa de Maranello e foi apelidado pelos jornalistas como “O
Computador”, por ter uma postura calculista. Entre algumas falhas de condução,
talvez por falta de experiência, o austríaco afirmava que era através das
falhas e dos erros que se aprendia mais rápido. Tinha razão, porque naquele ano
venceu 2 corridas, em Espanha e Holanda, conseguiu 9 Pole Position e 5 pódios em 15 GP´s,
ficando em 4º lugar do Mundial com 38 pontos.
No ano seguinte, em ´75,
Lauda vence 5 Grande Prémios e é considerado o piloto da década pelos tiffosi, mas para Niki os troféus eram
insignificantes e de volta ao país natal, trocou-os numa oficina local em troca
de lavagens gratuitas ao carro.
A época de 1976, a rivalidade entre o “frio” e calculista
Niki Lauda e o sedutor James Hunt, estava ao rubro. Lauda venceu no Brasil,
África do Sul, Bélgica, Mónaco e Reino Unido, enquanto Hunt tinha ganho em
Espanha e França.
Estava na altura do GP da Alemanha, marcado para o perigoso
circuito de Nürburgring, onde, desde 1975 até aquele ano, tinham perdido a vida
pelo menos 5 pilotos de F1.
Na 2ª volta,
o Ferrari 312T de Lauda, bate num muro e incendeia-se de seguida, sem o piloto
conseguir sair do cockpit. Antes de ser socorrido por 3 colegas (Harald Ertl da Hesketh,
Guy Edwards também da Hesketh e Arturo Merzario da Williams), foi abalroado por
1 carro. Com queimaduras de 3º grau na cabeça, várias fracturas e os pulmões
seriamente atingidos pela inalação de fumos tóxicos, foi-lhe administrado a
Extrema Unção, ritual prestado a pessoas em fim de vida.
Seis semanas depois,
com ligaduras ensanguentadas a taparem-lhe os ferimentos, Niki Lauda regressa à
competição. Nada mais que o Circuito de Monza. Consegue, num esforço
sobre-humano, ficar em 4º lugar.
A época de ´76 é
decidida no Japão, onde choveu torrencialmente e Lauda, considerando que era
extremamente perigoso pilotar, desiste e Hunt vence o Campeonato por apenas 1
ponto. Hunt considerou a desistência de Lauda um acto imenso de bravura.
Assina pela Brabham,
liderada por Bernie Ecclestone, sendo considerado por Enzo Ferrari um traidor.
Pela Brabham vence na Suécia e em Itália, tendo desistido em 9 corridas, num
total de 16 GP´s. É apenas 4º na geral e decide nesse ano, fundar a própria
companhia aérea, a Lauda Air. Niki Lauda, decide terminar com a carreira de
piloto de F1 para se tornar piloto de aviões.
1983 acaba por ser
uma das piores épocas de Lauda na F1, acabando o ano em 10º, não vencendo nenhum
GP e conseguindo o 2º lugar nos EUA. Muitos já pensavam que a carreira de Lauda
já tinha chegado ao fim, mas mais uma vez, Niki Lauda vence as contrariedades.
Lauda consegue aquilo
que mais ninguém conseguiu na história da Fórmula 1, é Campeão de Mundo no
retorno à modalidade e consegue-o em 1984, no Campeonato que fica também para a
história, por o 1º e o 2º classificado ficarem separados apenas por meio ponto.
O 2º classificado é simplesmente Alain Prost, colega de equipa na Mclaren e
outro piloto que teve duelos espectaculares com Ayrton Senna, tal como Lauda
teve com Hunt.
Foi assessor da
Ferrari, foi director da Jaguar e até comentador de televisão, sendo neste
momento Presidente não-Executivo da Mercedes.
A vida e carreira de
Niki Lauda são absolutamente fantásticas, não apenas para um fã da modalidade,
onde claramente me insiro, mas também para qualquer pessoa, independentemente
se gosta ou não de F1. Lauda foi um lutador, nunca ficou por apenas aquilo que
facilmente conseguia. Foi atrás do que era difícil, mesmo tendo ficado marcado
para sempre e quase perdendo a vida.
A questão é que um
piloto de desportos motorizados não pode ser um bom piloto e ficar-se por
aquilo que pode atingir. Tem de ser o melhor, tem de alcançar o inatingível,
chegar a ser um deus, que se senta no Olimpo do Desporto…
Fotos:
motorsportmagazine.com
3oneseven.com
motorsport.com
areadeescape.wordpress.com
en.espnf1.com
withinouttechnicians.info
Fontes:
http://www.formula1.com/teams_and_drivers/hall_of_fame/221/
http://www.statsf1.com
Pedro Mendes
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Pedro Mendes
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