O piloto Finlandês J. M. Latvala da Volkswagen venceu a 5ª
prova do mundial de ralis, prova essa realizada na Argentina, que por tradição
apresenta a pilotos e máquinas uma dureza de troços bem acentuada, e este ano
as coisas não foram diferentes, com os difíceis estradões argentinos a fazerem
estragos em vários pilotos, que saíram de cena ainda mal o rally havia
começado.
Que o digam Hirvonen, Ostberg e mesmo Tanak em WRC2, que
logo nos primeiros quilómetros do 1º troço do segundo dia, já estavam de fora
de prova, e com os seus carros bem danificados, a roçar o destruído. É certo
que todos eles regressaram ao abrigo do “rally 2”, mas já com as aspirações a
um bom resultado final completamente arruinadas. Mikko Hirvonen, que vinha de
uma boa prestação em Portugal, não deu assim continuidade a este bom momento.
Ostberg, que em Portugal foi 3º, também aspirava a uma boa classificação final,
e o azar logo no segundo dia comprometeu a sua prova.
Também no segundo dia mais vitimas. Sordo, Neuville e
Mikkelsen, todos eles com problemas na última especial do dia, ficaram assim
arredados da luta pela vitória, pois viriam a regressar no dia seguinte, mas já
com uma penalização de 5minutos, irrecuperável em circunstâncias normais.
Sordo, seria destes três o único a não terminar a prova, pois viria a ter de
novo problemas no seu I20 WRC.
Enquanto isto tudo sucedia, Latvala assumia a liderança que
nunca mais iria largar, ampliando a mesma ate final do 3º dia de prova, com
Ogier a assumir que não tinha ritmo para acompanhar o seu colega de equipa, ao
mesmo tempo que também sofria com alguns problemas a nível de pneus, com um
grande desgaste, e sem argumentos para arriscar mais em busca de Latvala, deitando
a toalha ao chão quanto à luta pela vitória na prova, passando a fazer uma
gestão da sua posição, que nunca foi colocada em perigo por Meeke, que seguia
na 3º posição, mas bem longe dos dois homens da Volkswagen.
O britânico fez o que tinha prometido na antevisão da prova,
andar de forma controlada, aprender o carro, aprender o rally e terminar a
prova sem percalços. Mas os percalços alheios levaram o piloto da Citroen ao
lugar mais baixo do pódio, e quanto a nós, um lugar merecido, não pela rapidez
de Meeke nesta prova, que de facto não a teve, porque desde o início nada
arriscou, mas por toda uma carreira de sucesso, de qualidade. Este bom piloto
chega a este nível mundial, injustamente tarde, este pódio é sem dúvida um
premio mais do que justo, para um bom piloto, ao qual, apreciamos muito.
Outra das novidades desta prova, foi a postura de R. Kubica,
que havia prometido outra abordagem relativamente à0s provas, mais controlado e
com o desejo de terminar. O polaco de facto cumpriu à risca isso mesmo, levou o
seu Fiesta RS WRC ao final de prova, sem grandes sustos (comparado com o que já
se viu). R. Kubica não foi rápido é certo, mas levou a água ao seu moinho,
fechando a sua prestação na Argentina com um 6ª lugar final e os primeiros 8
pontos da temporada.
Na última especial a “Power Stage”, vencida sem contestação
por Ogier, com uma vantagem de 10´s sobre Hirvonen. Latvala a controlar o
andamento, sem correr riscos na derradeira especial, onde se pode pôr em causa
uma vitória já anunciada, ainda assim foi 3º, somando mais um ponto, vencendo
no total, 5 pontos face ao seu colega de equipa Ogier.
Classificação Final:
Latvala: fez uma grande prova, este finlandês, que
finalmente conseguiu o que ainda ninguém tinha feito nestas últimas duas
temporadas… Dater Ogier no braço, sem precisar que o francês tenha tido azares
para vencer o rally. Finalmente conseguiu ganhar consistência, sem ceder à
pressão. Latvala é daqueles pilotos como há poucos, se não sair de estrada é
muito difícil de bater. Se Ogier vacilar, ele está mais perto na
classificação….Teremos campeonato reaberto?
Ogier: prova complicada para o francês, onde a sorte também
não esteve do seu lado, e pior que isso, teve de se bater com um “Super
Latvala”, muito rápido e sem erros, complicando a vida do francês. Venceu a
“Power Stage”, minimizando assim as perdas, mas ainda assim sai da Argentina
com o seu colega de equipa mais perto de si no mundial de pilotos. Na sardenha
não pode falhar…
Meeke: finalmente Meeke a dar um ar da sua graça. É certo
que precisou de azares alheios para ascender à 3ª posição, mas a verdade é que
estava lá no momento certo e na hora certa. Ainda teve de suster a pressão de
Mikkelsen, mas ainda assim consegue este justo e merecido pódio. Lá diz o
ditado “devagar se vai ao longe…”
Mikkelsen: o terceiro piloto da Volkswagen, fez 4º na geral
final, depois de um problema mecânico no último troço do2º dia, descendo 5
minutos em “rally2”. Regressou ainda tempo de colocar em “cheque” o 3º lugar de
Meeke. De notar a evolução deste jovem piloto, que até venceu uma especial. De
volta à confiança, Mikkelsen começa a ser uma seta apontada…
Neuville: Não fosse o azar da última especial do segundo
dia, e teria a feito uma prova imaculada. Claro que o Hyundai ainda não vale o
que “os outros” valem e perante isso, este top5 num rally tão duro como da
Argentina, só pode ser considerado positivo para Neuville. Foi ainda a tempo de
vencer um especial (SS10). Sai decerto mais motivado, e claramente leva nota
positiva.
Kubica: finalmente R. Kubica consegue terminar uma prova, e
sem grandes sustos pelo caminho. Já havíamos dito que o piloto polaco teria de
rever a sua carreira, e a melhor forma de o fazer foi mesmo esta: andar de
forma controlada, olhar para a frente e não para os tempos. Kubica fecha esta
etapa do mundial na 6ª posição, e com os primeiros pontos do campeonato. Que
seja para continuar.
Evens: passou completamente despercebido pela Argentina.
Piloto cheio de potencial, mas ainda a aprender o carro, o campeonato, e a
tentar arranjar a fórmula para o fazer. Está a tentar dar os passos certos,
apesar de o estar fazer a um ritmo mais lento. Sai com pontos, e certamente com
a primeira lição de “tango” assimilada. Venha a Sardenha.
Prokop: mais do mesmo. O checo lá vai andando, devagar
devagarinho, e acumula mais uns pontinhos. Discreto, sem andamento para este
nível, mas com os bolsos cheios. O verdadeiro turista do WRC.
Hirvonen: não fosse a falha logo na 2ª especial da prova e
teríamos o finlandês de novo entre os mais rápidos, mas a este nível os erros
pagam-se bem caros. De facto, mais do que uma temporada complicada, uma fase da
carreira difícil para Mikko. Destaque ainda para os 2 pontos ganhos na “Power
Stage”.
N. AL-ATTIYAH: vence e convence no WRC2, de forma tão claro
que nos perguntamos o que anda Nasser a fazer por aquelas bandas. Piloto de
nível mundial, que domina a seu belo prazer sobre estes jovens pilotos, que
passam mais tempo fora de estrada do que dentro da mesma. E o título de WRC2
começa a ser objectivo.
Vamos ás conta finais, com as classificações do mundial:
WRC
WRC2:
Está cumprida desta forma mais uma etapa do mundial de
ralis, a Argentina despede-se da caravana do mundial, que se dirige agora para
a ilha da Sardenha, em mais uma prova muito dura, onde o espectáculo e a
incerteza quanto ao vencedor será uma constante. Ogier sai da América do Sul
mais pressionado por Latvala na classificação geral, e o piloto Finlandes mais
motivado, em busca quem sabe, de um título tão desejado por J. M. Latvala.
Marque na sua agenda, de 5 a 8 de Junho, rally da Sardenha.
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Ate lá… if
in doubt flat out!!!
Fotos:
Retiradas da página de Facebook "Doidos por Rally" com endereço em :
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Fontes:
wrc.com
Carlos Mota
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