Já era sabido
no inicio da época que 2014 traria grandes alterações na Formula 1. Uma delas e
talvez a que mais repercussão terá, será a introdução dos novos motores 1.6 v6
turbinados. Na prática a nível de motores não se perde potência, e até se ganha
binário. As partes móveis são menos e como tal terá de haver uma maior eficiência.
É isso que se pretende. Tornar a F1 mais eficiente e como tal com menos impacto
para o ambiente.
Porquê?
Mas a f1 é mesmo isto.
Evolução. Foi graças a evoluções que os carros melhoraram e se tornaram nas máquinas
mais rápidas do mundo. A essência da F1 é a velocidade e a evolução. Não há espaço
nem tempo para velhos do Restelo. A lei da natureza aplicada à mecânica. Quem
não se adapta não tem lugar neste desporto. Por muito que a mudança não nos
agrade. Esperemos que as ditas mudanças tornem as corridas ainda melhores. Até
lá temos ainda tempo de aproveitar o cantar dos V8.
Porquê?
Por um lado a
evolução faz sentido. A F1 tem de ser o pináculo da evolução automobilística e
a uma vez que a crise e o aumento do preço do petróleo são uma realidade há muito
tempo assim como as preocupações ambientais, era necessário repensar certos aspectos.
Os construtores de automóveis já há algum tempo que diminuíram os tamanhos dos
blocos dos motores e aumentaram a sua eficiência de forma a a baixar os
consumos. Essa realidade é agora reflectida na F1. Não fazia sentido continuar
como nos anos 90 em que cada equipa não tinha restrições no número de motores a
usar, fazendo com que se usassem quantidades absurdas.
Motores mais magros… ou não
Mas vamos a
factos. Os números mais conhecidos da mudança, já são amplamente falados e
consistem na redução do nº cilindros de 8 para 6 e a diminuição da capacidade
do motor de 2,4 para 1,6 L. Os factos menos conhecidos mas também de grande importância
residem na baixa do nº máximo de rotações por minuto do motor ( 18000 para
15000 rpm)e a diminuição do combustível permitido por corrida ( actualmente o
uso é de 160 Kg de combustível, que será reduzido para 100kg). De referir que a
arquitectura dos motores será na base muito semelhante à usada nos motores
usados de 1977 a 1988. O peso dos motores que agora se situa nos 95kg vai
passar a 140 kg.
Mais electricidade
Todas estas
alterações poderiam levar a pensar que a potência dos motores seria diminuída mas
tal como acontece nos carros de World Endurance (chamados Híbridos) a diminuição
dos motores é compensada com o aumento drástico dos sistemas de apoio eléctrico.
Em números significa que o futuro ERS (sistema de recuperação de energia) irá
usar a energia cinética produzida em travagem (igual ao que o Kers faz nos
carros actuais de F1) mas irá ter o apoio de um sistema de recuperação de calor
que estará ligado ao turbo que aproveitará os gases quentes expelidos por este,
para criar electricidade. Essas duas unidades em conjunto irão permitir um
aumento de 160 cavalos de potência (contra os 80 produzidos actualmente pelo
KERS) e permitirão um “boost” de potencia durante 33 segundos (contra os 8,4
actuais). O sistema de recuperação de calor poderá também dar energia para
fazer girar o turbo de forma a não se fazer sentir o lag (tempo que vai desde a
aceleração até que o turbo entra em acção) dando potência imediata assim que se
coloca o pé no acelerador.
Dores de cabeça
Outro desafio
para os engenheiros será a mudança dos escapes. Um carro actual tem dois
escapes que são usados para melhorar o apoio aerodinâmico dos carros. No carros
de 2014 apenas haverá um escape o que implicará algumas mudanças também na aerodinâmica
na parte traseira do carro.
A juntar a
tudo isto o nº de motores permitidos por época baixará de 8 para 5. O que tendo
em conta as mudanças radicais que foram implementadas será um factor muito
complicado de gerir pois a fiabilidade de motores que novos com poucos Km
corridos será certamente muito menor que a fiabilidade quase absoluta dos V8
que rodam desde 2006 estão já muito desenvolvidos.
Uma dor de
cabeça a juntar a diminuição do uso de combustível imposto que levara os
estrategas das equipas ao ataque de nervos. Fala-se na preocupação que existe
na diminuição da espectacularidade das corridas com os pilotos a preocuparem-se
mais em poupar combustível em vez de lutarem por posições. A verdade é que este
ano também sem fala muito em poupança (de pneus neste caso) mas a qualidade das
corridas não se tem ressentido muito.
Os pilotos
terão que lidar com um motor com um comportamento completamente diferente, pois
a potencia na saída de curva será muito superior e o pé direito terá de estar
muito afinado para controlar a aceleração e não perder o controlo do carro.
E a musica é a mesma?
Outra coisa
que irá mudar é o som do motor. Disseram que o som embora diferente, seria
atractivo na mesma mas pela amostra dada pela Renault vamos sentir ainda muitas
saudades dos V8. O som quanto a nos não é muito apelativo, mas provavelmente
será uma questão de hábito. As mudanças são sempre complicadas de se
absorverem.
Assim a época
de 2014 promete muitas mudanças. Mudanças a nível de pilotos (mudanças
previstas na Red Bull, Ferrari farão movimentar o mercado e de que maneira),
mudanças a nível de motores e por conseguinte na construção dos carros. Haverá
muita informação para compreender e
muita coisa que levará o seu tempo de adaptação.
Som do motor de 2014:
Para quem não gostar da nova musica fica aqui uma complicação dos "classicos do passado e do presente". Aquele V12 era fenomenal:
Fontes:
http://www.f1fanatic.co.uk/2013/01/24/f1s-v6-engines-2014-numbers/
http://www.f1fanatic.co.uk/2013/06/21/renault-reveals-2014-f1-engine/
http://blog.caranddriver.com/renault-details-turbo-v-6-engine-for-2014-formula-1-season/
Fábio Mendes
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