foto in: motogp.com |
A ronda australiana do MotoGP foi dramática e emocionante.
Quem assistiu não pôde desviar o olhar do ecrãn por um momento… o MotoGP é
mesmo assim, ou vão à casa de banho antes, ou levam garrafas de litro e meio
vazias convosco, para durante a corrida.
Sem nenhuma garrafa vazia por perto e nove anos depois da
sua última vitória em Phillip Island, Valentino Rossi foi o mais forte durante
as 27 voltas do G.P. da Austrália, relegando o seu colega de equipa para o
segundo lugar e com Bradley Smith a estrear-se na cerimónia do pódio no MotoGP.
Valentino Rossi
foto in: motogp.com |
Fazemos o
primeiro destaque ao homem que mais ganhou no circuito de Phillip Island. Valentino Rossi
impôs a sua genialidade no traçado australiano, mesmo tendo sido bafejado pela
sorte. A queda de Márquez a 10 voltas do fim, deixou Rossi com a corrida na
mão, mas ainda assim não foi uma vitória fácil. Desengane-se quem pensa que “The
Doctor” teve uma tarde descansada: carregou sobre os pilotos da Tech 3,
Espargaró e Smith, no início da corrida e massacrou tanto Lorenzo, que o
espanhol teve de “levantar o pé” (!) para não perder de vez os seus pneus.
O italiano,
sete vezes campeão na classe rainha, largou de 8º e terminou em 1º. Nada mau
para uma tarde de trabalho!
Jorge Lorenzo
foto: Yamaha Motogp |
Mais do que o segundo lugar no final da prova, Lorenzo tem
de se congratular com a capacidade que teve de gerir os seus pneus, mesmo que
tivesse tido a “sorte” de ver Márquez e Crutchlow a caírem, mas ele próprio,
com a escolha de pneus também poderia ter caído. O espanhol não parecia muito contente
no final da corrida com o resultado. Nós percebemos, teve de dizer adeus a
Rossi e deixá-lo ir embora e não conseguiu chegar ao segundo posto do
campeonato de pilotos, vendo o “velhinho”, seu colega de equipa, ensiná-lo.
Compreendemos perfeitamente.
Marc Márquez
foto in: motogp.com |
Nem sempre
mostramos pena pelo jovem espanhol quando ele perdeu corridas com as quedas,
mas desta vez até tivemos! Queria chegar ao recorde de Mick Doohan, com 12
vitórias na mesma época, no G.P. do país natal do antigo campeão. Ia no bom caminho,
conseguindo ganhar uma vantagem suficiente para os adversários, mas os novos
compostos da Bridgestone viraram o jogo para quem vinha atrás. A 10 voltas do
fim, na curva 10, o #93 perdeu a aderência do pneu da frente da Honda e
caiu…que nem um tordo!
Sabemos que
as quedas fazem parte da competição, especialmente nas motos, mas se é por
causa das condições climatéricas ou da agressividade do piloto, ainda
percebemos, agora devido a um novo composto dos pneus (e não foi caso único,
por isso é que afirmamos isso), aí já não entendemos.
Campeão,
bates o recorde do Doohan na próxima!
Pól Espargaró
foto in: motopgp.com |
Começamos já por afirmar que os manos Espargaró enchem-nos
as vistas, especialmente o mais novo, Pól. Só para saberem que não somos
imparciais!
Pól fez uma corrida muito boa, até ao momento em que caiu e
culpamos mais uma vez os pneus, já que a sua Yamaha calçava o mesmo tipo de
pneu que Márquez. Ou seja o que escrevemos acerca de Márquez, é o mesmo que
escrevemos acerca de Pól: não é justo que o piloto veja a sua corrida estragada
por causa do composto, supostamente mais seguro!
O miúdo vinha a tirar tempo a Lorenzo (que vinha a poupar os
pneumáticos, como já explicamos) e preparava-se para conseguir mais um pódio.
Este miúdo tem futuro no MotoGP e este ano tem conseguido algumas prestações
dignas de grandes pilotos.
Bridgestone
foto in: |
Para nós a marca nipónica não fez aquilo que se propôs: “A nova área de diferentes compostos de
borracha no slick frontal significa que quando o piloto atinge um ângulo de
cerca de 30º nas curvas para a direita começa a utilizar a zona mais macia da
borracha do pneu frontal, o que oferece mais segurança e estabilidade em
curva.”
Chamamos a atenção para o final da declaração feita por Shinji
Aoki, Director do Departamento de Desenvolvimento de Pneus de Motociclismo da
Bridgestone, ao site motogp.com, dias antes da prova australiana. Pois bem, das
9 desistências, 3 foram originadas pela perda de aderência dos novos pneus
extra macios da Bridgestone.
Segundo a Bridgestone, no site motogp.com, “O slick frontal assimétrico é composto por
dois compostos de borracha diferentes, com um ombro com composto de borracha
mais macio. No caso de Phillip Island, onde há cinco curvas para a direita
contra sete esquerdas, esta zona de borracha mais macia encontra-se no ombro
direito. A nova área de diferentes compostos de borracha no slick frontal
significa que quando o piloto atinge um ângulo de cerca de 30º nas curvas para
a direita começa a utilizar a zona mais macia da borracha do pneu frontal, o
que oferece mais segurança e estabilidade em curva.”
As quedas de Márquez, Pól Espargaró e Cal Crutchlow, ocorreram em curvas à direita!
Miguel Oliveira
foto in: facebook.com/migueloliveira44 |
A última prova do português não tinha sido nada boa, mas
Miguel Oliveira tratou de se recompor e fez mais
uma grande cavalgada desde o
15º lugar até ao 7º. O piloto foi o próprio a declarar que poderia ter atacado
mais, mas quis chegar ao fim da corrida, tendo mesmo feito tempos muito perto
dos pilotos da frente. Realmente o problema da Mahindra parece ser a
qualificação, em corrida o português tira bom partido da moto que tem. Fazendo uma
analogia, Miguel Oliveira parece Fernando Alonso, que com um carro mau,
consegue dar pontos preciosos a Ferrari. Oliveira faz o mesmo, com uma
moto má consegue colocar a Mahindra o mais perto possível do topo da
classificação.
O 11º lugar de Miguel Oliveira no campeonato de pilotos é
enganador, já que pode terminar a época no 7º lugar.
Pedro Mendes
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