A FIA anunciou novidades para a época de 2015. As novidades
já eram faladas há algum tempo e alvo de algum debate. Mas ainda assim a FIA
resolveu avançar com algumas ideias que não agradaram aos pilotos.
É o caso das partidas paradas em caso de entrada de Safety
Car. É uma medida que visa aumentar o espectáculo da prova. De cada vez que o
Safety Car entrar em pista, será feita uma nova largada com um procedimento
igual à largada inicial, algo que apenas não acontecerá até duas voltas após o
inicio ou se o GP estiver a menos de 5 voltas do final. É uma medida que pode
de facto aumentar o espectáculo além de ajudar a limpar a pista mais depressa
mas que não agrada aos pilotos, pois o arrefecimento dos pneus poderá ser um
factor a ter em conta nas novas largadas. Button queixou-se disso mesmo e
Rosberg também não é fã da ideia. Largar com pneus novos é uma coisa, largar
com pneus usados e frios é algo completamente diferente e que pode até trazer
alguns amargos de boca. Button defende que para isso acontecer deveria ser
permitida troca de pneus.
Outras medidas adoptadas prendem-se com a introdução de
fundos de titânio nos carros, de forma a poderem voltar a fazer as faiscas que
tantos gostavam nos anos 80, algo que foi testado com sucesso no GP da Áustria.
Além disso as frentes dos monolugares serão regulamentadas de forma a tornar os
monolugares mais atractivos e evitar desenhos como os deste ano.
Para a diminuição de custos optou-se por cortar no tempo de
túnel de vento e simulações computorizadas ( limitadas a 65 horas semanais
contra as 80 actuais, para os túneis de vento.), assim como no nº de unidades motrizes por piloto (de 5
para 4, isto se o nº de GP se mantiver, caso haja um aumento no nº de GP, cada piloto poderá usar
5 como este ano). Os testes também vão ser reduzidos, com os testes de inverno
a passarem de 4 para 3 dias, testes esses que serão conduzidos na Europa, ao
contrário deste ano que decorreram no Bahrain. Os testes no meio da época serão
reduzidos de 4 para 2, com obrigatoriedade de usar jovens pilotos em metade do
tempo.
A proposta de retirar as mantas de aquecimento de pneus foi
posta de lado mas será de novo tema de conversa se os tamanhos dos pneus
aumentarem no futuro.
Haverá também a extensão do tempo do parque fechado, que
começará no final dos treinos cronometrados, ao contrário do que acontece este
ano, com a entrada em parque fechado apenas depois das qualificações, e o
"toque de recolher obrigatório" nas sextas à noite será extendido,
estando as equipas ha a usar mais 7 horas que o previsto em trabalhos nos
carros em 2015 e 8 horas em 2016, ao contrário das 6 horas actuais.
Nota-se uma preocupação crescente por parte da FIA em dar
mais espectáculo. O decréscimo das audiências assusta as autoridades
responsáveis e os legisladores querem mudar a situação. A introdução dos fundo
de titânio é de facto engraçada mas não é nada de mais e as largadas a meio da
corrida é algo que tende a imitar um pouco as competições americanas, com o
reagrupar dos carros de forma a manter o espectáculo. Para os mais puristas
será algo negativo, para outros uma boa solução. Quanto aos cortes nos custos. Volta-se a usar regras que de facto ajudam mas não resolvem um problema que é
de difícil resolução dada a força das equipas grandes. A F1 está a tentar
voltar a melhor forma isso é certo. Os passos poderão não ser ainda os mais
correctos mas a vontade existe e só isso já pode abrir portas para um futuro
melhor.
Fábio Mendes
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