Foi de festa o clima que se viveu em Vila Real, com este tão
esperado regresso das corridas ao mítico traçado transmontano durante o ultimo
fim-de-semana, quatro anos depois de serem interrompidas novamente. Milhares de
espectadores marcaram presença para matar saudades e reviver outros tempos de
corridas neste local cheio de tradição automobilística.
Com um horário bem preenchido, pois eram muitas as
categorias que faziam parte do programa, embora com alguns atrasos, nada que
impedisse que todas as provas se realizassem em perfeitas condições, pois os
traçados citadinos são férteis em entradas do "safety car", e o
traçado vila-realense não é diferente. Ainda assim tudo correu pela
normalidade, e sempre com grande eficiência por parte da organização a cargo do
CAVR, que mais uma vez está de parabéns pelo excelente trabalho que desenrolou
durante estes dois dias.
Este regresso ficou marcado também pela presença de vários
pilotos locais, que embora não disponham das armas da "armada" que
corre o nacional de velocidade nas suas várias categorias, vieram dar um
colorido diferente as grelhas, e animação a quem assistia às provas. Um desses
pilotos era muito especial, Rui Santos, o autarca de Vila Real, foi piloto convidado
de última hora pelo promotores do trofeu 500 Abarth, cumprindo assim e segundo
palavras do mesmo "um sonho de criança". Um prémio para aquele que
veio ajudar a trazer de novo as corridas à cidade de Vila Real. O autarca, sem
sobressaltos levou o carro ao final de prova sem incidentes.
No plano desportivo, ao longo deste dois dias, foram 9
categorias, e 18 provas sempre muito disputadas, com alguns incidentes típicos
de circuitos citadinos, embora sem problemas físicos para os pilotos, apenas
chapa amolgada. Vila real oferece a quem lá corre uma verdadeira sensação de
condução pura, e testa a coragem dos pilotos, com um traçado sinuoso, com a
famosa descida e Mateus a ser o exemplo disso mesmo, com uma longa recta de
500m, seguido de duas esquerdas cegas feitas a fundo...ou melhor, feitas a
fundo por quem tiver essa coragem. Sem dúvida um circuito onde só os talentosos
e corajosos sobressaem.
CNV (campeonato
nacional de velocidade)
Era este o "prato principal" para o fim-de-semana
motorizado em Vila Real, o CNV com uma lista de 18 carros á partida, trazia
consigo vários candidatos á vitoria final.
Para a primeira corrida foi Gonçalo Araújo a fazer o melhor tempo, arrancado assim da
"pole" para uma prova de 45 minutos, com paragem nas boxes para troca
de pilotos. Araújo que após a partida não cedeu a liderança, sempre muito
pressionado por Pedro Salvador, que
seguia colado na traseira do Norma
do líder até então. Mas á passagem pelo minuto 15, G. Araújo cedeu à pressão
exercida pelo piloto de Chaves, e na "curva do boque", teve uma saída
de pista que ditou o abandono precoce. Já antes disso José Pedro Fontes tinha
também ele abandonado devido a um toque de um adversário no seu Tattus logo na
primeira volta.
Depois disto veio a confusão geral. A meio da prova e quando
todos os carros paravam na boxe para as habituais trocas de pilotos, a chuva
apareceu, veio de certo modo baralhar as contas, pois a intensidade da mesma
fez com que a pista estivesse completamente molhada, que obrigou toda a gente a
parar de novo para trocar de pneus para piso molhado. E depois da entrada do
"safety car", a grande polémica, quando as equipas Team Novadriver e a CRM Motorsport afirmam que a equipa Veloso Motorsport usou quatro mecânicos no processo de troca de
pneus quando apenas podia usar dois. No final da 1ª prova foi Salvador e Vieira
quem fez a festa, vencendo destacados na frente de F. Abreu, que fez uma prova a solo, e conseguiu colocar o seu
Tattus na segunda posição da geral. A fechar o pódio uma dupla bem conhecida
dos vila-realenses, os jovens Armando
Parente e Rafael Lobato levaram o seu Radical SR á 3ª posição na geral
final, vencendo a sua classe. Uma estreia de sonho em Vila Real para o jovem de
16 anos que pela primeira vez correu na sua própria "casa".
Gonçalo Manahu e
Manuel Castro venceram a classe GT, Joaquim Teixeira e Joaquim Santos
venceram a classe Turismos.
Classificação geral
1º corrida:
Na segunda corrida do CNV, Carlos Vieira saia da pole, mas perdeu a primeira posição ainda na
primeira volta para S. de Val que
ainda segurou a liderança durante 3 voltas, sendo ultrapassado por Carlos
Vieira de forma espectacular, e reassumia de novo a liderança perdida na
primeira volta. Após consumar a ultrapassagem Vieira distanciou-se do grupo que
seguia atrás de si. Na troca de pilotos foi Francisco Abreu a levar a melhor
sobre De Val, roubando-lhe o segundo lugar. Pouco tempo depois entrava o
"safety car" em pista devido a problemas com Aston Martin do piloto da casa Carlos
Alonso que fazia dupla com F. Carvalho, ficando sem caixa de velocidades.
Com os carros reagrupados e já com as trocas de pilotos feitas previa-se um
final de corrida emocionante, e foi. Gonçalo Araújo que entrou nas últimas duas
voltas em 4º conseguiu recuperar até segundo lugar, remetendo Francisco Abreu
para a 3ª posição e José Pedro Fontes para 4º na geral. Uma boa forma de vingar
o azar da primeira corrida. G. Araújo
leva ainda para casa o novo record do traçado de Vila Real com o tempo canhão
nos treinos cronometrados de 1:49:860´s.
Setafano de Val terminou na 5ª posição, depois de chegar a
liderar nas primeiras voltas. Rafael Lobato e Armando Parente ficaram-se pela
6º posição geral.
Nos GT´s a vitória foi para António Nogueira e António Coimbra (Porsche) e nos Turismos para o
piloto da casa Manuel Pedro Fernandes
(Seat).
Classificação geral
2º corrida:
Um fim de semana em grande da Veloso Motorsport e para a dupla Pedro Salvador e Carlos Vieira, que conseguiram assim o pleno no fim de semana de Vila Real. Destaques para a dupla Armando Parente e Rafael Lobato que mostraram muito potencial, para António Nogueira que continua a mostrar toda a sua qualidade e para a dupla Alonso/ Carvalho que fizeram as delicias dos fãs com o lindissimo Aston Martin
Fotos:
Vitor Ledo
(facebook.com/vitor.rodrigues)
Carlos Mota
Carlos Mota
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