Recordações de
momentos da nossa infância que, embora turvadas pelo passar dos anos, ficam para
sempre guardadas.
Uma dessas
recordações é a imagem dos domingos de tarde passados a ver a Formula 1.
Lembro me de estar a olhar para a televisão e de gostar do carro
branco e vermelho que costumava ganhar quase sempre.
Lembro-me de gostar do
Senna.
Lembro me de esse gosto perdurar até ao dia em que sentado, a ver a
F1, via o carro do Senna embater conta um muro. “Não foi nada” pensava eu.
Afinal já tinha visto muito pior e o resultado era sempre o mesmo. O piloto
saía do carro, a corrida continuava e ficava tudo bem. Daquela vez não.
O Senna
não saía do carro. Cada vez mais gente à volta dele. E passado largos minutos, o boato que Senna estava morto. Não podia ser! Pouco tempo depois a confirmação. Os dias que se seguiram foram inundados com
as imagens do funeral. Tenho de ser sincero... Depois desse dia, a F1
para mim morreu um pouco.
Não era a mesma coisa sem o Senna.
Os anos passaram e o interesse da F1 foi voltando a crescer. Até que num dia 1 de Maio “ passeando” pela net lembro-me que foi naquele dia que Senna morreu. E começo a ver vídeos. Do
acidente, das vitórias, das conferências de imprensa. Seguem se os
documentários, os textos. Queria saber mais e mais. O passar do tempo já me permitia ver mais do que o carro vermelho e branco a ganhar. Já conseguia
entender o talento do piloto. Admirar o carácter, a força, a determinação do
ser humano.
O Senna passou a ser Ayrton Senna, o melhor piloto de sempre.
Deixou de ser o Senna, que ganhava quase sempre, para o Ayrton
Senna dos 161 GP, das 41 vitórias, das 65 poles, dos 80 pódios, dos 3
campeonatos do mundo. O Ayrton Senna, que tinha tudo para ter uma vida fácil, mas
quis vencer com mérito. Que usou determinação, coragem, disciplina, elevação
espiritual para crescer, melhorar e vencer. O homem para quem ganhar era tudo.
Passou a ser um génio do volante e uma fonte de inspiração para muitos.
Com ele voltou a verdadeira paixão pela F1. O entender da
dificuldade de conduzir um carro, quando tudo acontece em fracções de segundo. O
perceber da necessidade de uma capacidade de concentração fora do normal para
aguentar 60 voltas, dentro de um espaço demasiado pequeno, enfrentando
temperaturas elevadas e mesmo assim conseguir dominar um carro que é um hino à tecnologia, à ciência e ao desenvolvimento, mas ao mesmo
tempo um animal selvagem, que não se deixar subjugar facilmente.
Procurando no dicionário o significado da palavra ídolo, entendo
que é muito difícil explicar o que se sente quando se admira uma pessoa. Mas
então surge uma frase que o próprio Ayrton Senna disse: “ Não tenho ídolos.
Admiro dedicação trabalho e competência”.
Tanto anos depois da sua morte, Senna continua a ensinar. Será melhor então ver Ayrton Senna como um exemplo, ao invés
de um ídolo (seria provavelmente o que ele preferiria). Obviamente que é impossível não ter admiração por ele.
Por tudo que deu e por tudo que mostrou, Ayrton Senna será
uma figura incontornável do desporto mundial. Alguém disse uma vez que apenas
se morre quando o mundo se esquecer de nós. Parece me lógico dizer então que
Senna estará sempre vivo.
Interessa pois festejar e reviver a vida de Senna. Esquecer por instantes o momento fatídico e deliciar-mo-nos com a lembrança do seu talento, do seu carisma. Lembrar um homem que se dedicou a 100% a um objectivo... O de ser o melhor. E que com muito esforço e determinação conseguiu. Um homem que deixou um legado imenso, uma legião de fãs por todo o mundo. Um homem que ultrapassou muitas vezes aquele que era considerado o limite. Alguém que mostrou ao mundo que a F1 é muito mais do que um carro a andar depressa num circuito. Não era perfeito, nem nunca fez questão de o ser. Era a sua honestidade que conquistava as pessoas. Não é fácil definir Senna. Mas também penso que não é preciso. Quem viu (e quem vê, pois a Internet permite reviver esse grandes momentos), consegue entender a complexidade e a profundidade do homem e do piloto. Há imagens que valem por mil palavras. E Senna num carro... Vale muito mais que mil palavras. Vale um sorriso no rosto e uma admiração enorme.
Interessa pois festejar e reviver a vida de Senna. Esquecer por instantes o momento fatídico e deliciar-mo-nos com a lembrança do seu talento, do seu carisma. Lembrar um homem que se dedicou a 100% a um objectivo... O de ser o melhor. E que com muito esforço e determinação conseguiu. Um homem que deixou um legado imenso, uma legião de fãs por todo o mundo. Um homem que ultrapassou muitas vezes aquele que era considerado o limite. Alguém que mostrou ao mundo que a F1 é muito mais do que um carro a andar depressa num circuito. Não era perfeito, nem nunca fez questão de o ser. Era a sua honestidade que conquistava as pessoas. Não é fácil definir Senna. Mas também penso que não é preciso. Quem viu (e quem vê, pois a Internet permite reviver esse grandes momentos), consegue entender a complexidade e a profundidade do homem e do piloto. Há imagens que valem por mil palavras. E Senna num carro... Vale muito mais que mil palavras. Vale um sorriso no rosto e uma admiração enorme.
Possa o seu exemplo servir para nós e para as gerações
futuras.
"Seja você quem for, seja qual for a posição social que
você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita
força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em
Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá."
Ayrton Senna
Obrigado Ayrton.
Parabéns Senna
* Rubens Barrichello ainda trata Ayrton Senna por Chefe.
Aproveitamos esta simples palavra para demonstrar o nosso carinho por Senna.
Fotos e Vídeo:
www.motortatts.com.au
blogdomajestoso.blogspot.com
veja.abril.com.br
Fábio Mendes
Sem comentários:
Enviar um comentário