É de conhecimento geral que os pneus são parte muito
importante no que diz respeito aos carros de competição. Entender o seu
funcionamento, a sua duração o seu nível de aderência pode tornar-se muito
complicado. E pelos vistos, na F1, este ano parece não fugir a regra com muita
gente a queixar-se.
A Pirelli, fornecedora exclusiva de pneus para a F1 desde
2011, desde cedo anunciou (e cumpriu) com uma abordagem agressiva, fornecendo
pneus que, embora menos duradouros, fossem capazes de ter um nível de aderência
superior. A verdade é que, embora isso tenha sido conseguido, muitas foram as
equipas a terem dificuldades a entender o seu funcionamento.
Para este ano a Pirelli anunciou mudanças nos pneus,
especialmente no que diz respeito aos compostos usados e a sua construção,
tendo como objectivo um aquecimento dos pneus mais rápido e homogéneo e um
nível de degradação elevado, diminuindo o intervalo de performance entre os
composto mais duros e os mais suaves, de forma a que possa haver mais espectáculo pois as estratégias das equipas serão obviamente afectadas com a
duração dos pneus.
Na última corrida da época passada em Interlagos a Pirelli
forneceu já os novos pneus mas a temperatura de pista não permitiu uma análise
aprofundada do seu comportamento ficando essa tarefa adiada para os testes de
inverno.
Acabados os testes a que conclusões se chegaram? Não se
ouviram críticas positivas ao “novo calçado” dos monolugares. Degradação
extrema é a principal causa das queixas. Segundo Sérgio Perez, que se mostrou
muito surpreendido, embora estivesse à espera de níveis de degradação mais
elevados que o normal devido as condições atmosféricas, não estava a espera de
tanto. Referiu que é difícil fazer mais que 3 voltas, pois começam a formar-se
as bolas de borracha que usualmente se vêem em pneus muito degradados e os
níveis de aderência baixam significativamente. Jean-Eric Vergne disse mesmo que os pneus se parecem com couve-flor
depois de uma volta. Button por seu lado afirmou que este conjunto é mais fácil
de entender, pois como sobem mais facilmente em temperatura os níveis de
aderência são maiores e mais imediatos, embora reconhecendo que a degradação é elevada. Vettel
admitiu que ainda é uma incógnita como os Pirelli se vão comportar em Melburne
e que as equipas passarão por algumas dificuldades.
Paul Hembery director desportivo da Pirelli mostrou-se
confiante que não haverá quaisquer problemas. De acordo com Hembery as condições que tiveram em Barcelona estão longe de ser típico do resto da temporada, com ambiente muito mais frio e temperaturas da pista mais baixas do que
normalmente acontece em corrida, e até mesmo um pouco de chuva no final do dia. Isso colocou os pneus fora
das condições normais de trabalho, o que levou a
problemas como a granulação.
Temos de esperar
então por Melburne para perceber até que ponto estas alterações poderão ter
implicações na performance dos carros.
Vídeo explicativo sobre as mudanças nos pneus.
Vídeo explicativo sobre as mudanças nos pneus.
Fábio Mendes
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