segunda-feira, 20 de outubro de 2014

MotoGP: Análise G.P. da Austrália

foto in: motogp.com
A ronda australiana do MotoGP foi dramática e emocionante. Quem assistiu não pôde desviar o olhar do ecrãn por um momento… o MotoGP é mesmo assim, ou vão à casa de banho antes, ou levam garrafas de litro e meio vazias convosco, para durante a corrida.


Sem nenhuma garrafa vazia por perto e nove anos depois da sua última vitória em Phillip Island, Valentino Rossi foi o mais forte durante as 27 voltas do G.P. da Austrália, relegando o seu colega de equipa para o segundo lugar e com Bradley Smith a estrear-se na cerimónia do pódio no MotoGP. 

Valentino Rossi

foto in: motogp.com
Fazemos o primeiro destaque ao homem que mais ganhou no circuito de Phillip Island. Valentino Rossi
impôs a sua genialidade no traçado australiano, mesmo tendo sido bafejado pela sorte. A queda de Márquez a 10 voltas do fim, deixou Rossi com a corrida na mão, mas ainda assim não foi uma vitória fácil. Desengane-se quem pensa que “The Doctor” teve uma tarde descansada: carregou sobre os pilotos da Tech 3, Espargaró e Smith, no início da corrida e massacrou tanto Lorenzo, que o espanhol teve de “levantar o pé” (!) para não perder de vez os seus pneus.
O italiano, sete vezes campeão na classe rainha, largou de 8º e terminou em 1º. Nada mau para uma tarde de trabalho!

Jorge Lorenzo
foto: Yamaha Motogp

Mais do que o segundo lugar no final da prova, Lorenzo tem de se congratular com a capacidade que teve de gerir os seus pneus, mesmo que tivesse tido a “sorte” de ver Márquez e Crutchlow a caírem, mas ele próprio, com a escolha de pneus também poderia ter caído. O espanhol não parecia muito contente no final da corrida com o resultado. Nós percebemos, teve de dizer adeus a Rossi e deixá-lo ir embora e não conseguiu chegar ao segundo posto do campeonato de pilotos, vendo o “velhinho”, seu colega de equipa, ensiná-lo. Compreendemos perfeitamente.

Marc Márquez

foto in: motogp.com
Nem sempre mostramos pena pelo jovem espanhol quando ele perdeu corridas com as quedas, mas desta vez até tivemos! Queria chegar ao recorde de Mick Doohan, com 12 vitórias na mesma época, no G.P. do país natal do antigo campeão. Ia no bom caminho, conseguindo ganhar uma vantagem suficiente para os adversários, mas os novos compostos da Bridgestone viraram o jogo para quem vinha atrás. A 10 voltas do fim, na curva 10, o #93 perdeu a aderência do pneu da frente da Honda e caiu…que nem um tordo!
Sabemos que as quedas fazem parte da competição, especialmente nas motos, mas se é por causa das condições climatéricas ou da agressividade do piloto, ainda percebemos, agora devido a um novo composto dos pneus (e não foi caso único, por isso é que afirmamos isso), aí já não entendemos.
Campeão, bates o recorde do Doohan na próxima!

Pól Espargaró

foto in: motopgp.com
Começamos já por afirmar que os manos Espargaró enchem-nos as vistas, especialmente o mais novo, Pól. Só para saberem que não somos imparciais!
Pól fez uma corrida muito boa, até ao momento em que caiu e culpamos mais uma vez os pneus, já que a sua Yamaha calçava o mesmo tipo de pneu que Márquez. Ou seja o que escrevemos acerca de Márquez, é o mesmo que escrevemos acerca de Pól: não é justo que o piloto veja a sua corrida estragada por causa do composto, supostamente mais seguro!
O miúdo vinha a tirar tempo a Lorenzo (que vinha a poupar os pneumáticos, como já explicamos) e preparava-se para conseguir mais um pódio. Este miúdo tem futuro no MotoGP e este ano tem conseguido algumas prestações dignas de grandes pilotos.

Bridgestone

foto in: thebikeinsurer.co.uk
Para nós a marca nipónica não fez aquilo que se propôs: “A nova área de diferentes compostos de borracha no slick frontal significa que quando o piloto atinge um ângulo de cerca de 30º nas curvas para a direita começa a utilizar a zona mais macia da borracha do pneu frontal, o que oferece mais segurança e estabilidade em curva.” 
Chamamos a atenção para o final da declaração feita por Shinji Aoki, Director do Departamento de Desenvolvimento de Pneus de Motociclismo da Bridgestone, ao site motogp.com, dias antes da prova australiana. Pois bem, das 9 desistências, 3 foram originadas pela perda de aderência dos novos pneus extra macios da Bridgestone.
Segundo a Bridgestone, no site motogp.com, “O slick frontal assimétrico é composto por dois compostos de borracha diferentes, com um ombro com composto de borracha mais macio. No caso de Phillip Island, onde há cinco curvas para a direita contra sete esquerdas, esta zona de borracha mais macia encontra-se no ombro direito. A nova área de diferentes compostos de borracha no slick frontal significa que quando o piloto atinge um ângulo de cerca de 30º nas curvas para a direita começa a utilizar a zona mais macia da borracha do pneu frontal, o que oferece mais segurança e estabilidade em curva.”
As quedas de Márquez, Pól Espargaró e Cal  Crutchlow, ocorreram em curvas à direita!

Miguel Oliveira

foto in: facebook.com/migueloliveira44
A última prova do português não tinha sido nada boa, mas Miguel Oliveira tratou de se recompor e fez mais
uma grande cavalgada desde o 15º lugar até ao 7º. O piloto foi o próprio a declarar que poderia ter atacado mais, mas quis chegar ao fim da corrida, tendo mesmo feito tempos muito perto dos pilotos da frente. Realmente o problema da Mahindra parece ser a qualificação, em corrida o português tira bom partido da moto que tem. Fazendo uma analogia, Miguel Oliveira parece Fernando Alonso, que com um carro mau, consegue dar pontos preciosos a Ferrari. Oliveira faz o mesmo, com uma moto má consegue colocar a Mahindra o mais perto possível do topo da classificação.
O 11º lugar de Miguel Oliveira no campeonato de pilotos é enganador, já que pode terminar a época no 7º lugar.

Pedro Mendes

Sem comentários:

Enviar um comentário