terça-feira, 21 de outubro de 2014

Caterham a brincar com coisas sérias... E Espanha com mais uma prova de F1?

Caterham a arriscar em demasia?


É hoje noticia que Kamui Kobayashi publicou numa rede social que a Caterham colocou no seu carro um braço de suspensão com problemas, que foi reparado antes da prova. Segundo é dito, a prática normal seria substituir a peça por uma nova para não correr riscos, mas por falta de peças a Caterham resolveu "remendar" a peça.

Kobayashi fez o comentário de forma privada mas alguém "meteu a boca no trombone" e tornou público o comentário, colocando o piloto e a equipa em xeque.

A Caterham está já há algum tempo debaixo de fogo. A saída de Tony Fernandes e a entrada de investidores, cuja origem não é bem conhecida, fizeram o projecto desmoronar. A falta de dinheiro é óbvia e já poucos acreditam que se veja a Caterham em pista em 2015.

Mas esta situação torna o caso  mais grave. Será que é seguro remendar peças tão fundamentais num monolugar como é a suspensão? Será que a técnica usada era segura? O colapso de uma suspensão a 300Km/h, em luta directa com outro carro, é um cenário que poucos gostariam de ver. Mais ainda depois da negra página que se escreveu em Suzuka. Ninguém neste momento quer correr mais riscos. Mas a Caterham pelos vistos anda no fio da navalha.


Infelizmente quem manda vai assobiar para o lado e vai rindo da situação. Bernie anda mortinho por tornar a F1 numa competição em que cada equipa tem 3 carros. E está tudo a correr a seu favor. A Caterham é quase carta fora do baralho. A Sauber sobrevive como pode e nada está confirmado para 2015. A Marussia, que vinha num processo evolutivo bem interessante, sofreu um duro golpe na moral e dificilmente poderá comportar os custos de gerir 3 carros.

E enquanto isso, poderá haver equipas que estão a poupar em demasia em certos componentes, colocando assim em risco os seus pilotos e os pilotos das outras equipas.  É esta a F1 que queremos?


A F1 é uma máquina de fazer dinheiro e mais podia fazer se as pessoas tivessem a clarividência de voltar a tornar o desporto mais acessível. Bernie pensa que apostar apenas nos "ricos" irá garantir a sustentabilidade do desporto. Mas a grande força da F1 é a sua base de fãs, que continua fiel e continua a consumir F1, mesmo em condições pouco recomendáveis. Se as corridas fossem transmitidas em canal aberto este ano, teria sido um sucesso ao nível das audiências. As marcas estariam muito mais interessadas em entrar na F1 e as equipas receberiam mais dinheiro. A F1 teria mais dinheiro para dividir por todos os participantes e os fãs conseguiam ver mais F1 sem ter de aderir a canais fechados. Todos ganhavam.

Mas enquanto o velho andar por lá, temos de levar com isto. E temos de ver  equipas como a Caterham (que podia perfeitamente crescer de forma sustentada) desaparecer, por não ter tido o apoio devido. Pior, teremos de ver equipas a tentar sobreviver e usar truques baratos para correr colocando assim em risco todos os envolvidos.

F1 duas vezes em Espanha?


Surgiram notícias que há planos bem avançados para que Madrid receba um GP a curto prazo. Segundo as noticias, Bernie já terá em sua posse o plano e as garantidas bancárias para avançar com o projecto. Depois da entrada do México para 2015 e do Azerbaijão para 2016 e as conversações já bem avançadas para a organização de um GP em Las Vegas, é agora a vez da capital espanhola entrar no concurso para receber o grande circo.

As equipas já afirmaram por várias vezes que o máximo logístico de GP por ano são 20, número que será atingido em 2015 com a entrada do México, Entrando o Azerbaijão, Las Vegas e Madrid, no mínimo 2 pistas terão de sair do calendário. Resta saber quais são e torcer para que não seja uma das pistas " a sério" que ainda restam.



Fábio Mendes

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