segunda-feira, 1 de setembro de 2014

MotoGP: Análise aos pilotos no G.P. da Grã-Bretanha

foto: Repsol Media
As 20 voltas ao traçado mais longo do campeonato do MotoGP, foram absolutamente fantásticas. Márquez venceu novamente e poderíamos pensar que tivesse sido mais do mesmo, mas a verdade é que o espanhol da Honda sentiu a pressão e cometeu alguns erros, que até agora ainda não tinha cometido. Lorenzo foi muito bom e para dizer a verdade, fosse qual fosse o vencedor, teria sido bem entregue o primeiro lugar.
Rossi, Pedrosa e Dovizioso apimentaram ainda mais a corrida britânica, com uma excelente luta a três, mas mais para trás, com especial destaque para os irmãos Espargaró e Iannone, também ajudaram a fazer as delícias de quem assistiu à prova.

Marc Márquez
O momento da ultrapassagem final de
Márquez a Lorenzo
  (foto:Yamaha MotoGP)
O piloto da Honda cometeu alguns exageros durante a prova, algo que podia ter comprometido a sua vitória a poucas voltas do fim, numa altura que liderava a cerca de meio segundo de Lorenzo, mas mostrou durante toda a corrida que a qualquer momento poderia passar o compatriota, piloto da Yamaha. A corrida esteve sempre mais ou menos controlada e mostra duas coisas: a Honda ainda está bastante melhor que a Yamaha e Márquez realmente sabe tirar todo o partido da montada. A ultrapassagem final a Lorenzo, foi algo de fantástico, que me fez lembrar os velhos tempos de Rossi. Foi dura mas justa, foi quase como que a bater o pé a Lorenzo e mostrar quem manda!

foto: Yamaha MotoGP
Jorge Lorenzo
Com uma boa largada, poderia ter saltado logo para a liderança, mas esperou pelo primeiro erro de Márquez para o fazer, pouco mais à frente. Conseguiu ainda ultrapassar novamente o piloto da Honda, muito perto do fim, o que poderia ter sido o golpe de misericórdia na corrida, mas a facilidade com que Márquez chegava à sua traseira, demonstra a diferença que existe entre motos, já que entre pilotos, agora, está ela por ela. Realmente Lorenzo deu meia temporada de avanço a Márquez, com enorme dificuldade até para lutar com as Ducati, mas neste momento da época estamos a assistir ao melhor que o piloto espanhol tem para oferecer… pena ser tarde de mais para lutar pelo campeonato. Está melhor que Rossi e consegue lutar com a Honda, de peito aberto!

Valentino Rossi
foto: Yamaha MotoGP
Com bons movimentos durante a corrida, o italiano puxou pela experiência para defender a sua posição, tanto de Dovizioso como de Pedrosa. No início andou atrás de Dovizioso, mas cedo tratou de o passar, mas esperávamos que se tivesse conseguido chegar a Pedrosa, quando este rodava em 2º, atrás do seu colega de equipa. Algo que não aconteceu. Ainda esteve mais rápido do que o homem da Honda durante cerca de 5 voltas, apenas para perder terreno nas voltas seguintes. Mostrou segurança quando Pedrosa se chegou a ele no fim da prova e parece nunca ter ficado assustado, mas a verdade é, que se Pedrosa se tivesse visto livre de Dovizioso mais cedo, não temos a certeza de que Rossi teria conseguido aguentar a posição.

foto: Repsol Media
Dani Pedrosa
O “outro” espanhol da Honda não ficou bem posicionado na grelha, apenas conseguiu o 5º lugar. Depois de ter vencido a prova checa, em Brno, esperavamos um Dani Pedrosa capaz de assustar o seu colega de equipa, mas em Inglaterra, Pedrosa bem tentou mas não foi mais além do que o 4º lugar no final.
Ficamos sem saber como não conseguiu passar mais cedo por Dovizioso. Se foi estratégia, foi mal calculada, porque em confronto directo com a Yamaha de Rossi, teria dificuldades porque o italiano não ia abrir a porta, mas talvez conseguisse passa-lo e ainda tentar chegar-se a Lorenzo no final. Se foi porque não conseguiu mesmo, ainda mais uma questão nos levanta: Dovizioso é bom, mas Pedrosa com a moto que tem e com a experiência que tem, não o conseguiu passar?

Andrea Dovizioso
foto: Repsol Media

O melhor homem da Ducati tinha conseguido no Sábado o segundo melhor tempo e na largada do G.P. da Grã-Bretanha perdeu logo a posição para Lorenzo e Rossi, tendo-se mantido durante toda a corrida em disputa directa com Rossi e Pedrosa. Não mostrou medo e a luta foi entretida, mas perdeu o 4º lugar para Pedrosa quase no fim da corrida, provavelmente quando os pneus já não davam mais para o aguentar, ainda assim conseguiu aguentar a Honda durante muitas voltas atrás de si. Muito bem para o piloto italiano e será bom para Ducati tê-lo para o próximo ano na equipa.
Veremos nas duas próximas provas o que a Ducati será capaz de fazer, já que em Misano (G.P. de São Marino), "jogam" em casa e no Motorland (G.P. de Aragão) está prometido um grande pacote de actualizações para a moto italiana.

Pól Espargaró (foto in motogp.com)
Aleix e Pól Espargaró
Embora com motos diferentes, estes dois irmãos têm chamado muitas vezes à atenção e em Silverstone não foram diferentes. 
Aleix, o irmão mais velho, precisa de uma moto melhor para combinar com o seu excelente génio. Foi capaz de rivalizar com as motos de fábrica (ele que monta uma Open) no início da corrida, perdendo algumas posições a meio da prova. Não nos esqueçamos que na qualificação, conseguiu o quarto melhor tempo.
Pól, o rookie e irmão mais novo, ficou em 8º na qualificação, atrás do seu colega da Tech3, Bradley Smith, mas em corrida, terminou em 5º, à frente de Stefan Bradl com mais de um segundo de vantagem.
Que dupla fazem estes irmãos!

Próxima prova do MotoGP será em São Marino, no circuito de Misano, nos dias 12, 13 e 14 de Setembro. Até lá, todas as novidades do MotoGP e restantes classes, tal como outros desportos motorizados, no nosso blog e na nossa página do Facebook.

fotos retiradas de motorsport.com e motogp.com. 

Pedro Mendes

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