terça-feira, 13 de maio de 2014

GP de Espanha: Destaques - Aborrecido? Nada disso.

O GP de Espanha não foi a corrida mais espectacular do ano ( Bahrain sem dúvida foi um evento especial), mas teve muitos momentos interessantes e as últimas voltas trouxeram emoção. Obviamente que queremos corridas mais movimentadas ainda e com mais candidatos à vitória, mas as ultimas voltas fora bastante agradáveis de se seguir.

Mercedes:
Não há muito a dizer sobre os Silver Arrows. Ninguém está perto de colocar em risco o domínio da equipa germânica. O que vale é que a luta entre os dois colegas de equipa continua bem acesa e a tendência é melhorar. Mas a nível psicológico, a guerra está a ser claramente ganha por Hamilton. Mais uma vitória para o britânico e mais uma vez numa luta directa com Rosberg. Tal como aconteceu no Bahrain, Rosberg chegou às ultimas voltas com ligeira vantagem em relação a pneus e estratégia, mas não conseguiu capitalizar isso. Não teve engenho para passar Hamilton que se defendeu bem, mas que suou para se manter na frente. Prova se mais uma vez que quando motivado e bem psicologicamente Hamilton é muito difícil de superar. Já é líder do campeonato. Em grande Lewis. Mais uma vez a Mercedes a permitir luta entre os pilotos tal como Niki Lauda pediu. Que sirva de exemplo. Resta ver até quando é que irá durar esta posição da Mercedes.

Red Bull:
Ricciardo fez finalmente um pódio que contou. Fez uma corrida eficiente, embora tenha perdido muito tempo atrás de Bottas no inicio, o que lhe retirou a possibilidade de lutar por algo mais, o que seria difícil de qualquer maneira. Mas passou o finlandês e manteve a 3ª posição, comprovando que a sua boa forma é para manter. Mas quem  fez uma corrida espectacular foi Vettel. Entrou em modo “nada a perder” e arriscou ultrapassagens, subiu posição a posição e fez valer o excelente chassis da Red Bull. Recuperar de 15º para 4º é obra! Provou aos seus detractores que não é só piloto para largar da pole. Uma excelente exibição que claramente irá motivar o campeão em titulo. Cuidado com os Red Bull no Mónaco.

Williams:
Bottas capitalizou a boa qualificação, e ficou em 5º lugar, igualando a sua melhor posição. Esteve bem, conseguindo segurar Ricciardo bastante tempo, mas a estratégia e o melhor carro da Red Bull levaram a que a resistência fosse inglória. Bottas está cada vez mais estabelecido no seio da equipa e as suas performances abrem largos sorrisos, como o de Claire Williams. Quem tem poucos motivos para sorrir é Massa. 13º e fora dos pontos. Não teve capacidade para se ver livre do trânsito e acabou numa posição que o deixa fragilizado. O seu companheiro de equipa esteve muito melhor. E para quem se queria assumir como nº1, as suas prestações estão muito longe de confirmar a sua vontade. Tem de fazer muito melhor.


Ferrari:
Depois de uma excelente prestação no ultimo GP, a Scuderia ficou outra vez mal na fotografia. O carro não foi competitivo o suficiente e nem um motivado Alonso a correr em casa conseguiu atenuar esse facto. A verdade é que o espanhol passou muito tempo atrás do seu companheiro de equipa, que se defendeu muito bem. Provavelmente a melhor actuação de Kimi desde o seu regresso a Maranello. Mas mesmo assim no final, a estratégia favoreceu Alonso que ficou na sua frente. O finlandês estava muito chateado no final da prova e se já não bastava as dificuldades sentidas para se adaptar ao carro, pela primeira ficou a clara sensação que Alonso é o nº1. A estratégia foi claramente direccionada para Alonso e Kimi sentiu isso. A nível psicológico, estará a ser por certo um ano extremamente exigente. Será que o Iceman vai aguentar? É essa a questão que se coloca agora. Nota-se que precisa de se encontrar rapidamente e de ter uma corrida à Kimi. Mas neste momento é um piloto cada vez menos confiante e perdido.

Lotus:
Gorsjean, fez a melhor corrida do ano e mostrou que a evolução da Lotus está no bom caminho. O francês está realmente um piloto diferente. Não entra em maluqueiras como antes, mantém-se concentrado a corrida toda e com isso a sua performance melhora muito. Será provavelmente um dos pilotos mais subvalorizados do momento, fruto da fama que granjeou de “Kamikaze”. Mas merece outro tipo de atenção. O francês será o abono de família da Lotus. Já Maldonado… mais do mesmo. Parece uma piada repetitiva que começa a chatear. O venezuelano não consegue fazer um fim de semana limpo. Depois da saída de pista e embate contra o muro na qualificação, que o obrigou a largar da última posição, não podia fazer mais do que tentar fazer uma corrida sem problemas e recuperar o máximo possível. Não conseguiu evitar um toque com Ericsson e a consequente penalização. Muito mal o venezuelano.


Force India:
Não conseguiram repetir as prestações do passado. Hulkenberg e Perez  ficaram longe do top5, embora tenham pontuado, o que é bom. Perez desta vez conseguiu ficar à frente de Hulkenberg. Parece que quando "é no braço", o mexicano leva sempre vantagem em relação ao alemão. Esperemos que a Force consiga melhorar no Mónaco. Mas foi uma corrida discreta e eficaz por parte da dupla de pilotos, que conseguiu minimizar os estragos. Melhorias precisam-se.


McLaren: 
Mais um dia horrível. 3ª corrida consecutiva fora dos pontos e com o carro a mostrar novamente uma alarmante falta de ritmo. Pouco apoio aerodinâmico dificulta em muito a vida dos pilotos, principalmente os problemas de sub-viragem que ainda não foram resolvidos. Magnussen e Button psicologicamente estão em baixo. Mais Button, que mais uma vez, tem a responsabilidade de safar a equipa, mas sem ferramentas para tal. Devem pesar também os rumores que colocam Alonso na equipa para o próximo ano.  Ele sabe que pode ser o fim da linha para ele e injustamente terá os dois últimos anos como teve a maior parte da carreira. Com carros que estão sempre longe de ser competitivos. Merecia algo mais. Ron Dennis deve andar a ferver com esta situação e é provável que faça sentir o peso da sua liderança em breve.  Sabíamos que ia ser um ano difícil com a entrada em cena da Honda para o próximo ano, mas assim tão difícil… não contávamos com isso.


Toro Rosso:
Outra equipa que ficou para trás, ao nível das evoluções. Vergne mais uma vez com azar a ter de abandonar e Kvyat a não conseguir pontuar. As melhorias são esperadas para breve mas a tendência mantém-se. Kvyat a fazer corridas positivas e Vergne que está longe de ter o rendimento desejado,  sendo que os azares não o ajudam.




Sauber:
Novo chassis, mais leve, novas partes e mesmo assim o resultado não mudou. Deve ter sido frustrante para os engenheiros ver que todo o seu trabalho não produziu resultados. Gutierrez ficou na frente de Sutil mas nesta zona da tabela pouco interessa. Muito para fazer na equipa suíça.





Marussia/ Caterham:
A Marussia ficou claramente por cima nesta ronda. Bianchi a ter um comportamento mais próximo do que nos habituou sendo o “primeiro dos últimos”. Desta vez não teve a concorrência de Kobayashi que foi obrigado a desistir devido a problemas nos travões ( algo recorrente no Caterham). Chilton e Ericsson não surpreenderam e ficaram nas posições que se esperava.



Adrian Newey:
O nome de que se fala. O génio britânico recebeu uma proposta tentadora por parte da Ferrari para se mudar para Maranello. E pelos vistos a proposta é mesmo muito tentadora e Newey poderá estar mesmo a ponderar sair da Red Bull. É claro que a Red Bull vai entregar uma contra-proposta onde provavelmente irá cobrir os números da Scuderia. Seria grave para a Red Bull perder Newey depois de ter perdido tantos nomes no topo da sua cadeia. A última palavra é de Newey, sendo que a sua ida para a Ferrari pode desencadear muitos cenários interessantes. Ou Alonso é convencido a ficar ele que deve ter já as malas prontas, ou se sair mesmo da Scuderia a porta fica aberta para outros pilotos. Hulkenberg é sempre chamado nestes casos, mas com a saída de Newey da Red Bull, outro cenário se poderia colocar... o da saída de Vettel para a Ferrari. A convivência com Kimi ( caso se mantivesse na F1) seria mais fácil e o alemão poderia tentar fazer o que o seu ídolo fez no final dos anos 90... Reerguer a Ferrari. E com a "visita turística" de Brawn a Maranello, a Scuderia está a apostar muito forte num regresso às vitórias. Tudo isto pode implicar mudanças significativas nas equipas de topo. A seguir com muita atenção.




Comparações com o GP2:
Mais uma vez se comparou os tempos do GP2 com a F1. E sim, é verdade que os tempos da GP2 este ano estão mais próximos da F1. E dai? Motores novos, mas que debitam tanta ou mais potência e acima de tudo, menos 40% de apoio aerodinâmico, que faz que curvas que no passado eram feitas a fundo, agora sejam muito complicadas. Obviamente que isso faz os tempos aumentarem, mas também aumenta a espectacularidade. E era essa espectacularidade que muitos fãs da F1 queriam de volta. As "derrapadelas" constantes, as saídas de curva nervosas. Tudo isso faz com que os pilotos tenham de mostrar que realmente tem "unhas" para os carros. E quando finalmente se pode ver mais do talento dos pilotos continua-se a comparar os tempos do GP2? Não é por causa disso que a F1 deixa de ser a categoria rainha. Ainda há muito para evoluir.


Esta corrida teve a particularidade de ter 6 equipas cujos carros acabaram seguidos, o que mostra que mais do que uma corrida contra os primeiros. os pilotos também lutam com os seus colegas, lutas essas que podem ser bem interessantes. Alonso vs Kimi, Hulkenberg vs Perez, Hamilton vs Rosberg. 3 pares que animaram a corrida. A F1 ainda não está no topo mas para lá caminha.


Tudo dito sobre o GP de Espanha. Próxima paragem...Mónaco. A mítica pista do principado recebe novamente o grande circo. E que saudades já tínhamos de Mónaco.


Fotos:
Retiradas da páginas oficias das equipas de F1 

Google.pt

Fábio Mendes


2 comentários:

  1. Fábio,

    Parabéns pelo Blog!

    A McLaren já está a três corridas sem pontuar!

    Abraço!

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    Respostas
    1. De facto tem razão Jobson, a Mclaren está à 3 corridas sem pontuar e por lapso coloquei 2. Obrigado pela correcção e sempre que detectar algum erro avise-nos.

      Cumprimentos

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