Estávamos no
rally da Córsega, decorria o ano de 1986, os monstruosos carros do grupo B,
faziam entoar os seus potentes motores nas escarpas da ilha francesa do mítico rally.
Era a 4º prova da temporada, Henri havia começado a época a vencer de forma
clara na prova Monegasca. Na segunda prova abandonou, no Rally da Suécia. Em Portugal,
o piloto finlandês seguia o protesto de todos os outros pilotos do campeonato
mundial e não participou no rally, devido ao acidente de Joaquim
Santos na Serra de Sintra que causou várias mortes. Mas deixa história em Portugal,
nesse mesmo ano na seção de treinos no autódromo do Estoril, Toivonen faz um tempo canhão, que equivalia a nada mais nada menos que o 6º lugar na grelha de
partida no grande premio de Fórmula 1 nesse mesmo ano. Córsega era a próxima
paragem…
Henri Toivonen , piloto irreverente na sua
condução, por essa razão ainda não tinha atingido o tão desejado titulo
mundial, era sem duvida o mais rápido de todos os pilotos que conduziram os
monstruosos Grupo B, mas não era eficaz, não conseguia controlar tremenda
vontade de vencer, e por norma terminava fora da estrada.
A época de
1986, adivinha-se como a sua conquista, Henri era o mais rápido, imbatível, inatingível
a todos os outros pilotos.
Começa o Rally da Córsega doente, com uma forte
gripe, mas Henri, um lutador, insistiu em correr. Tomava medicamentos para a garganta,
estava exausto…e liderava de forma clara até a 18ª especial. Era difícil manter
o carro na estrada naquelas condições. Henri Toivonen, perdeu a vida numa curva
sem protecção, onde o seu Lancia saiu de estrada e embateu com violência numa
árvore, incendiando-se de imediato. Toivonen e o seu navegador Sérgio Cresto não
tiveram como fugir...
Era o fim de
uma história sem fim, era o fim de uma era…Henri Toivonen, para muitos o melhor
piloto de todos os tempos, partia, sem nunca conquistar um título mundial, mas
deixava um legado enorme de qualidade. Era sem dúvida um dos melhores que a história
dos ralis viu.
Era o fim dos carros do Grupo B. Após o
acidente, poucas horas mais tarde, as máquinas do grupo B, foram banidas do
mundial. Estudos comprovavam, que eram carros mais rápidos que os próprios reflexos
dos pilotos. Toivonen foi talvez o que mais tentou contrariar os estudos, e foi
talvez o que melhor o soube fazer. Talvez isso tenha matado este grande rei sem trono, mas que reinou como ninguem…
Henri Toivonen
e Sergio Cresto Corsega 1986, 27 anos
depois…
Carlos Mota
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